Em 2023 o rapper de Viamão, DIMC, se juntou com o guitarrista Magnus Wichmann e, como peregrinos rumo à Terra Santa, se agarram no desejo de desbravar territórios, porém esses sonoros. Agora, os versos ponteagudos do MC se juntam aos riffs distorcidos em um projeto que bebe de fontes de bandas icônicas de Metal e artistas lendários de Hip Hop.
O propósito do duo é de criar música que bata forte nos falantes dos fãs e quebre as barreiras impostas, sempre desafiando convenções. O trabalho de estreia do Vau de Jaboc é um EP homonimo à banda com quatro faixas que se convertem em cânticos esculpidos com esmero, onde a raiva do Metal encontra a sabedoria do Hip Hop, resultando em uma sinfonia única na qual a experiência auditiva eleva a alma e purifica o espírito.
Uma Batalha Espiritual Transformada em Música
O Vau de Jaboc, na mitologia judaico-cristã, é um lugar de transformação radical. É onde Jacó luta com um ser divino e sai vitorioso, mas marcado para sempre pela experiência. O duo propõe uma batalha similar: a de transformar a música, de fundir gêneros e criar algo completamente novo com o poder de transformar o ouvinte. É, de fato, uma experiência visceral!
A primeira faísca da transformação, que é o EP do dupla, abre com "Gatilhos", onde Vau de Jaboc dispara o primeiro tiro e nos acorda abruptamente para um novo mundo sonoro. A música é um verdadeiro ataque aos sentidos, uma mistura explosiva de riffs pesados e batidas do Hip Hop que nos deixa sem fôlego. É como se a dupla estivesse dizendo: "Prepare-se para ser transformado!".
Já "Revelações 16:01 (Peças de Sangue)" é um mergulho em águas mais profundas, nos convidando para uma introspecção musical. A letra, poética e intensa, nos leva a uma jornada interior, enquanto a música nos envolve com suas melodias melancólicas e riffs poderosos. É como se a banda estivesse desvendando os mistérios da alma, transformando a dor em arte.
A terceira faixa é "Eu Tentei", uma viagem no tempo com o Vau de Jaboc nos transportando para os anos 80, resgatando a essência do Metal mais clássico. O refrão ns prega e a melodia envolvente nos traz a reflexão de que o passado pode ser inspiração, mas o futuro é nosso!.
Fechando temos "Fight" e a batalha pela inovação com o duo indo além dos limites, misturando o power metal com o rap de uma forma totalmente original com a participação do vocal de Fabio Juan.
Uma Nova Capital Sonora
Assim como Jeroboão escolheu Penuel como sua nova capital, o Vau de Jaboc se estabelece como um novo centro de gravidade no universo musical. Com sua sonoridade inovadora e letras impactantes, o projeto desafia os limites do gênero, criando uma nova identidade para o underground rumo a uma jornada de descoberta.
A experiência catártica, que nos permite liberar a nossa energia e nos conectar com algo maior, me faz afirmar que Vau de Jaboc é bem mais do que um duo musical, é uma força transformadora que não apenas toca música, mas transforma vidas. É uma música que nos faz pensar, sentir e agir.
Esse movimento que nos convida a abraçar a mudança, a experimentar o novo e a descobrir a nossa própria voz tem como veleiro as guitarras pesadas e distorcidas do metal e tem como âncora as batidas cadenciadas e as rimas afiadas do Hip Hop, tudo isso para criar uma alquimia sonora única e poderosa que vale muito a pena conferir!
Sobre os músicos
Magnus Wichmann é conhecido pelo seu trabalho com as bandas Holyfire, Scelerata e Rage in My Eyes, já tendo gravado quatro álbuns e diversos EPs, demos e singles ao longo de mais de 20 anos de estrada. Além disso, já foi membro da banda de apoio de Paul Di'Anno em shows pelo Brasil e realizado dezenas de shows com o ex-vocalista do Iron Maiden por todo o território brasileiro. Tal talento para a música vem de berço: Magnus é neto do popular Teixeirinha, cantor, compositor, radialista e cineasta e verdadeiro ícone no Rio Grande do Sul.
O vocalista DIMC é um rapper gaúcho que já soma 25 anos de carreira, oriundo das batalhas de Free Style (rimas de improviso) e uma discografia que conta com dois álbuns e três EPs de estúdio. Precursor das batalhas de rima, em meados dos anos 2000 venceu o “Vale Tudo Ipanema FM”. no programa “Light Groove”, lançando em seguida a música “Crânio Louco” que marcou a carreira do rapper.
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