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A Poesia é Mutante e não da Trégua: Medulla é síntese sonora desse movimento

Jeff Ferreira
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No underground, onde a melodia reina e a batida dita o ritmo, a poesia mutante, transmutada em forma de rock, da luaz à Medulla, uma banda que desafia os padrões estabelecidos no cenário convencional da música brasileira através de seu som visceral e inovador. Em 2005, o Rio de Janeiro foi palco do lançamento de O Fim da Trégua, álbum de estreia que explodiu como uma supernova no cenário musical brasileiro.

Com os gêmeos Keops e Raony nos vocais, Alan Lopes e Dudu Valle nas guitarras, Rodrigo MJ no baixo e Daniel Martins na bateria, o Medulla se recusa a ser encaixado em caixinhas. Sua música é um turbilhão de influências, um coquetel molotov de rock, jazz, afrobeat e hip hop que incendeia os ouvidos e faz o corpo tremer.

O Fim da Trégua não é apenas um disco, é uma experiência. É um convite para uma viagem sonora alucinante, um mergulho profundo no universo particular da banda. As letras, carregadas de poesia e sarcasmo, refletem sobre a vida, o amor, a morte e tudo o que nos rodeia.

A faixa-título abre o álbum com um soco no estômago e vem como um rap, acompanhando das batidas orgânicas feitas por Fernandinho Beatbox. A guitarra de Alan Lopes chuta as portas da percepção, enquanto a bateria de Daniel Martins dita o ritmo frenético. Keops e Raony trocam versos como espadas em um duelo de poesia, declarando o fim da complacência e o início de uma nova era.

Em "Munição Na Mamadeira", a banda satiriza a cultura da violência e a hipocrisia da sociedade. A melodia carnavalesca esconde uma letra ácida que denuncia a guerra e a opressão. Já em "O Circo", a metáfora é usada para desmascarar a futilidade do mundo em que vivemos e caos que se repete de dois em dois anos com as eleições municipais e nacionais.

"Serrando A Grade" é um hino à liberdade individual, um grito de rebeldia contra as normas e convenções. A guitarra de Dudu Valle se destaca com riffs incendiários, enquanto a bateria de Daniel Martins explode em um ritmo contagiante.

"Salto Mortal" é uma explosão de adrenalina, uma ode à aventura e ao risco. A música te leva para as alturas da vida, a reflexão intimista te faz sentir o vento no rosto e as desições - sejam elas boas ou ruins - trazem a emoção de desafiar o desconhecido.

Com "Joaquim" e "Virgínia", o Medulla nos presenteia com duas baladas melancólicas e emocionantes. As letras poéticas narram histórias de amor e perda, de sonhos e frustrações.

"Confetes E Serpentinas" é um momento de festa e celebração. A música é contagiante e faz ode à classe trabalhadora e os perrengues para bater o ponto. Já em "Susi", a banda explora a rebeldia adolescente e ruptura com o universo infantil e as duras penas da chegada da vida adulta, carregada de sensualidade e desejo com uma letra provocante e uma melodia envolvente.

"O Velho" fecha o álbum com um toque de reflexão e sabedoria. A música é uma homenagem aos que vieram antes de nós, aos que nos ensinaram o caminho. Traz um importante reflexão sobre o lugar que estamos, sobre o antigo e o moderno e tudo que nos cerca.

O Fim da Trégua não se limita a ser um mero álbum de rock. É uma obra-prima atemporal que desafia as barreiras do tempo e do espaço. Sua sonoridade inovadora e letras poéticas transcendem gêneros e gerações, convidando o público a uma experiência musical única e transformadora.

Ao adentrar o universo de O Fim da Trégua, o ouvinte se depara com uma viagem imersiva pelas profundezas da alma humana. As melodias ora explosivas, ora melancólicas, tecem uma tapeçaria sonora que captura a essência da vida em toda sua complexa beleza.

Essa viagem se dá pelo fato de a banda Medulla se recusar a ser encaixotada em rótulos simplistas. O Fim da Trégua é uma obra que desafia as expectativas e redefine os limites do rock brasileiro. A banda incorpora elementos de diversos gêneros musicais, criando uma sonoridade única e original que desafia categorizações.

Medulla não apenas entretém, mas também provoca reflexão. As letras poéticas de O Fim da Trégua abordam temas como a hipocrisia social, a busca pela liberdade individual e a inevitabilidade da morte. Através da música, a banda nos convida a repensar o mundo em que vivemos e a buscar uma transformação pessoal e coletiva.

Sem dúvidas, O Fim da Trégua é um marco na história do rock brasileiro. Sua relevância se estende para além da época em que foi lançado, inspirando novas gerações de músicos e artistas. Medulla deixa um legado duradouro, provando que a música tem o poder de transcender o tempo e o espaço.

A banda Medulla convida o público a se unir a eles em uma jornada musical inesquecível. O Fim da Trégua é um hino à rebeldia, à liberdade e à esperança. É um chamado à ação, um convite para que cada um de nós lute por um mundo melhor.

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