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2013 | Ouvi o grito de dor de um homem que falava a verdade, mas ninguém se importava - O triste fim do Charlie Brown Jr.

Jeff Ferreira
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A virada da década de 2000 para 2010 marca um revolução no seio do consumo da música mundial, os streamings surgem e passam a ser a preferência no quesito. O rádio já não era o principal anunciador de novidades e à essa altura estava distante do jovem. No entando, o rock brasileiro, como movimento de massas, ainda possuia duas bandas que circulavam pelas emissoras FM's do país: O Rappa e Charlie Brown Jr.


2013 é marcado como o ano do lançamento dos últimos álbuns dessas duas bandas. Os cariocas colocaram na rua o disco Nunca Tem Fim, hoje o título parece uma referência nitída a separção do grupo. O Rappa, através desse trabalho, emplacou hits como "Auto-Reverse" e "Anjos" e trouxe a participação do Edi Rock (Racionais MC's) para a faixa "Um dia Lindo". Já o Charlie Brown Jr lançou o La Família 013, álbum póstumo de Chorão e Champignon, o mais triste da discografia dos santistas.


O 06 de março de 2013 amanheceu com um clima tenso. Parecia um dia como qualquer outro, mas logo veio a bomba. Eu descobri por meio do portal Terra, por volta das 06h00. A manchete era pequena e ao ler os termos "Chorão" e "Charlie Brown Jr" pensei que era mais uma polêmica do nosso frontman, daquelas que a mídia gostava (e ainda gosta) de noticiar. Porém o restante daquele título revelava o quão macabro foi aquele dia. Chorão foi encontrado morto.


Eu não acreditava. Torcia para ser um equivoco. Já lia aquilo em desespero e, como se fosse um ente da família, passei a ligar para as pessoas (sim, naquela época usavamos telefone para fazer ligações e não me refiro ao celular, sim o trambolho de mesa). E como se concentrar o resto daquele dia? Foram tristes os dias seguintes. Muitas homenagens foram feitas ao Chorão, nesse período surgiu A Banca, projeto que honrou os compromissos feitos pelo vocalista, mas a banda não durou muito tempo. 6 meses após a partida de Chorão, o baixista e agora vocal Champignon também nos deixava. Um ano cruel para os fãs.


Os caras do Charlie Brown Jr, invadiram a cidade

Champignon, Pelado, Chorão, Marcão e Thiago. O Charlie Brown Jr em 1997. 

O Charlie Brown Jr surge em 1992, após a banda What's Up encerrar as atividades. Banda essa que contava com Champignon no contrabaixo, o músico tinha apenas 12 anos de idade. Reza a lenda que Chorão assistia uma apresentação de uma banda de covers em uma pista de skate, o vocalista precisou ir ao banheiro e Chorão se apossou do microfone e mandou uns Suicidal Tendencies - uma de suas maiores influências -, a galera vibrou com sua atitude e dali em diante se encontrou como vocal.


O Charlie Brown teve várias formações e três fitas demos até o caminho de Pelado, Marcão, Thiago, Champignon e Chorão se cruzar com o de Tadeu Patolla. Frontman da banda Lagoa 66, Patolla apresentou o CBJR a Rick Bonadio, mas mais que isso ajudou a banda a lapidar o seu som e fazer canções mais curtas, mais radiofônicas. Outra pessoa que ajudou a banda em seu começo de carreira foi Marcelo D2, o vocalista do Planet Hemp sugeriu que Chorão deixasse de escrever e cantar em inglês e passasse a compor em português.


Não tardou e os santistas estavam com música estourando no rádio e pouco a pouco dominavam o Brasil. Transpiração Continua Prolongada foi o primeiro disco lançado pela banda, como característica a banda tinha um rock groovado com um pé no ska e no Hip Hop, além de levantar a bandeira do skate. Esses elementos faziam com que o Charlie Brown Jr transitassem entre os mais diferentes públicos.


Sempre sonhei fazer um som que fosse a cara

Charlie Brown Jr em sua formação clássica

Em 1997 os caras de Santos lançam Transpiração Continua Prolongada, com participação de PMC, DJ Deco e o Lagoa 66, do Tadeu Patolla. Em 1999 a banda passa pela prova do segundo disco e faz enorme sucesso com o disco de 25 faixas: Preço Curto, Prazo Longo. As participações ficaram por conta do Raimundos, PMC, DJ Deco, Radjja de Santos, Consciência Humana, Demenos Crime e Homens Crânio. "Zoio de Lula" e "Te Levar" foram o carro chefe do disco. Em 2000, vivendo conflitos internos com a morte do pai de Chorão e tensão na banda, o Charlie Brown Jr lança Nadando com os Tubarões, disco que trouxe RZO, Sabotage, Negra Li, De Menos Crime e Crontolamente.


Após esse terceiro álbum, o guitarrista Thiago Castanho deixa o grupo e para o trabalho seguinte, em 2001, o 100% Charlie Brown Jr - Abalando a Sua Frabrica, a banda se apresenta como quarteto e foca mais no rock e suas vertentes, sem participações. Em 2002 novo disco, o Bocas Ordinárias, com uma formúla similar ao anterior. Então em 2003 o CBJR chega ao seu auge com o Acústico MTV, a banda apresentou versçoes desplugadas de seus maiores sucessos, além de duas canções inéditas ("Vícios e Virtudes" e "Não uso Sapato") e duas regravações: "Samba Makossa", de Chico Science & Nação Zumbi, e "Oba, Lá Vem Ela", de Jorge Ben (em versão de Mundo Livre S/A". Neste disco participaram RZO, Negra Li, Marcelo D2 e Marcelo Nova


Fazendo a correria com a família nova

Heitor, Thiago, Chorão e Pinguim: A nova formação do Charlie Brown Jr.

Em 2004 o Charlie Brown lança Tamo Aí Na Atividade, último trabalho com a formação original. O baixista Champingnon, o baterista Renato Pelado e o guitarrista Marcão decidem, em conjunto, deixarem o Charlie Brown Jr. O motivo? Os três (ex) integrantes acusavam o empresário de roubo e de Chorão ficar ao seu lado. Foram inúmeras acusações de um lado e de outro, o que rachou os fãs da banda e fez tramitar diversos processos na justiça. Chorão pagou um valor aos ex-integrantes para seguir com o nome/marca Charlie Brown Jr. e segui fazendo música. Para isso contou com a volta de Thiago Castanho e convocou o baterista André Pinguim e o baixista Heitor Gomes. Champignon também tocou sua vida e montou a manda Revolucionnários chegando a lançar um álbum, o Retratos da Humanidade, de 2006.


Chorão e o "novo Charlie Brown Jr" lançaram em 2005 o Imunidade Musical, disco com participaçoes de Rappin Hood, Parteum e da banda Conexão Baixada. Nesse álbum o Charlie Brown Jr mostrava seu novo projeto. Paralelo a isso, Chorão se dedicava ao filme O Magnata, o qual roteirizou e atuou, além de compor a trilha sonora. Entre altos e baixos, nos anos subsequentes a banda lançou mais dois discos e quando parecia estar no ostracismo, um novo hit surgia e dominava as rádios: Ritmo, Ritual e Responsa, de 2007, com participação de MV Bill, Forfun, João Gordo, Markon Lobotomia e o Sacramentos MC's. Em 2009 doi a vez do décimo disco, o Camisa 10 Joga Bola até na Chuva. Esse álbum é marcado pela saída de Pinguim e a chegada de Bruno Graveto.


O que é da casa é da casa

Charlie Brown Jr com o retorno de Marcão e Champignon

A década de 2000 chegava ao seu fim. O baterista Renato Pelado se convertou a Igreja Bola de Neve, assim como o ex-vocalista do Raimundos, o Rodolfo. Com isso o ex-batera se afastou de vez da música, mas não sem antes se tornar DJ nas noites santistas. O guitarrista Marcão havia acenado para Chorão e em um show do Charlie Brown Jr apareceu para uma participação especial. Era questão de tempo para o guita voltar. Champignon era o mais famoso do ex-integrantes, também foi o que mais críticou Chorão em público e o que mais teve projetos de destaque fora do CBJR. Dentre eles o 9 Mil Anjos, banda que tinha Peu (ex-Pitty) e Júnior Lima (ele mesmo, o irmão da Sandy), além do vocalista Péricles Carpigiani.


Champingon sempre via Chorão como um irmão mais velho, quiçá um pai. E era recíproco, Chorão o via da mesma forma. Como uma boa família, os dois brigavam e se amavam. O período que ficaram separados ficaram sem se falar. Até o dia que Champ bateu à porta de Chorão e os dois se conversaram e se entederam. Champignon, assim como Marcão, estava de volta à banda que ajudou a formar em 1992.


Não tão complicado de mais, mas nem tão simples assim

Chorão e Champignon no vídeo de pedido de desculpas após o triste e lamentável episódio de Apucarana - PR

Com a volta de Marcão, o Charlie Brown Jr volta a ter duas guitarras. Marcão e Thiago eram responsáveis pelas guitas. Bruno Graveto seguiu na bateria e Champ assumiu seu posto de baixista. Até se cogitou ter dois baixistas na banda, mas sinceramente não cabia, assim Chorão e Heitor Gomes chegaram em um acordo e o baixista deixou o grupo. Pós Charlie Brown, Heitor tocou no CPM22 e no Pavilhão 9.


Parecia que tudo ia bem no "novo velho" Charlie Brown Jr., com exceção de Renato Pelado, a banda estava com a formação original. Porém, como acontece com toda banda cjuo um integrante saí e volta, o retorno é de músico contratado e não mais de sócio-fundador. Assim, Chorão ficou sendo o dono da banda (apesar de sempre ter sido) e os demais membros eram seus funcionários. O vocalista recebia cerca de 80% dos valores dos shows, o restante os demais músicos dividiam. Apesar disso, Champignon e seus amigos estavam felizes de estarem de volta ao Charlie Brown.


No entanto, um fatídico episódio durante um show mostrava para as externas que as coisas nas internas não estavam tão bem assim. Durante os shows, que Champs fez em sua volta, os fãs gritavam: "ô, o Champignon voltô!" e isso mexia com o ego do Chorão. No show de Apucarana-PR, Chorão para o show por cerca de cinco minutos para humilhar o Champignon, dizia que o baixista só voltou à banda por dinheiro. Sem dúvidas, esse era foi um dos mais lamentáveis eipósdios envolvendo o Charlie Brown.


Porém, Champignon e Chorão sentaram para conversar e se entenderam. Aparentemente resolveram a treta e gravaram um disco em conjunto pedindo desculpas. O fato é que nesse período o vocalista vivia um quadro imenso de depresão e se refugiava nas drogas. A cocaína potencializava o lado ruim de Chorão, ele ficava mais agressivo e paranóico com as coisas.


Se não eu quem vai fazer você feliz

Charlie Brown Jr e Racionais no camarim do Planeta Atlândida, 2012

Helião RZO comentou que Chorão tinha uma magóa com o Racionais por nunca ter conseguido fazer um trampo com o Brown. Nessa época Hélio estava com o quarteto paulista, como uma espécio de quinto integrante, ajudando nos shows. Então houve o Planeta Atlândida de 2012, com Racionais e Charlie Brown Jr escalados. Helião trocou ideia com Chorão e o levou para o palco para o show do Racionais, era uma forma de mostrar a ele que o grupo curtia e respeitava Chorão. Sobre esse episódio Mano Brown relembrou dizendo como via o vocalista do CBJr como uma pessoa triste: "ele levantava a mão e levava pra um lado e a massa ia junto, ia pro outro lado e a multidão acompanhava. Ele dominava o público do Racionais, mas não era feliz...".


Graziela Gonçalves, esposa de Chorão, em seu livro Se não eu, quem vai fazer você feliz?: Minha história de amor com Chorão começa a narrativa se recordando de como Chorão estava triste e se sentindo pequeno dentro da sociedade. O artista tomou uma desição e foi ao Corpo de Bombeiros para tentar fazer o processo seletivo e entrar na corporação. Queria Salvar vidas. Porém, já não tinha idade para isso e foi descartado. O mundo de Chorão se acabou ali.

Grazi não aguentava mais o consumo de drogas cada vez maior, por parte de Chorão, e decidiu separar-se. Na banda as coisas também não estavam fáceis. Chorão almejava tirar férias da banda, recalcular a rota, resolver as coisas em casa e quem sabe se tratar. Porém o tempo é alheio às nossas vontades...


Você deixou saudades

Chorão eterno

Na madrugada do dia 06 de março de 2013 o corpo de Alexandre Magno Abrão foi encontrado por seu motorista, o Kleber Atalaia, conhecido também como Tiozão. O fato se deu no apartamento de Chorão no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou, imediatamente constatou o óbito. O local estava revirado com garrafas vazias, embalagens de remédios e marcas de sangue.


Segundo o laudo 5054/2013, acerca do exame toxicológico, foram encontradas 4,714 microgramas de cocaína por militro de sangue em Chorão, o que acarretou em overdose somada ao uso de antidepressivos. Chorão foi velado no ginásio Arena Santos, foram 13 horas de solidariedade ao artista, onde mais de cinco mil pessoas se despediram do cantor. O enterro ocorreu no quinto andar do Memorial Metrópole Ecumênica, o cemitério vertical de Santos, localizado no bairro do Marapé. A cerimônia foi fechada ao público. Na Vila Mathias, em frente à pista de skate, dezenas de mensagens e vasos de flores foram deixados na calçada em memória de Alexandre.


O novo passo

Bruno Graveto, Lena Papini, Champignon, Thiago Castanho e Marcão: A Banca. A Banca do Charlie Brown Jr!

A morte de Chorão foi um baque. Abalou todo o mundo da música e principalmente os amigos de banda. Todos ali estavam sem chão. Porém, Chorão havia pego uma grana dos shows futuros do Charlie Brown Jr, um adiantamento de 50%. O CBJR, com ou sem Chorão, tinha que honrar os compromissos já pagos. Champignon, Marcão, Thiago e Graveto se reuniram, conversaram bastante e, mesmo vivendo o luto, decidiram prosseguir.


Champ explicava: "Não existe Charlie Brown Jr sem o Chorão. Nós somos uma nova banda, a banca do Charlie Brown Jr". Assim nasceu a banda A banca. Primeiramente o intuito era de fazer os shows já marcados, o que ficou conhecido como a turnê Chorão Eterno. Ao passo que evoluissem como banda, queriam fazer novas músicas e continuar o legado do amigo. Sem o vocalista, decidiram que Champignon assumiria o posto. Champ cantava algumas músicas com o Charlie Brown e em sua saída, quando formou o Revolucionnários, viveu a experiência de cantar. Para ficar mais livre no palco, Champigon passou o bastão do baixo para a santista Lena Papini.


Sem Chorão, os contratantes pagavam menos para A Banca, fato esse que deprimia Champignon e seus amigos, mas o ex-baixista sentia mais. A banca surge em um momento de solidariedade e artistas como Falcão, Marcelo D2, Digão, Negra Li, Dinho Ouro Preto e outros apoiavam esse recomeço, esse novo passo. No entanto, uma parcela dos fãs não gostou, achavam precipitado voltarem e viam A Banca como uma falta de respeito ao Chorão. Champignon tinha que enfrentar os haters que outrora o ovacionavam como ídolo.


Um dia a gente se encontra

Champignon e seu baixo

No dia 07 de setembro de 2013 Champignon subiu em um palco pela última vez. Na ocasião, em Lorena-SP, o baixista e cantor fez uma participação no show d'O Rappa. Champ e Falcão cantaram "Zóio de Lula" sob aplausos emocionados do público. No camarim, Falcão pediu para Champs esperar enquanto atendia fãs, foi mais de um hora de espera. Aquilo machucou Champ, pois percebia que até os mais próximos não o respeitava tanto quanto na época de Chorão. Champignon tinha problemas financeiros gerados após sua saída do Charlie Brown Jr, os projetos que tocou deram mais gastos do que retorno. O músico vivia bem, ams com um padrão de vida abaixo dos tempos auges do Charlie Brown. A situação foi se agravando ele foi se desfazendo de equipamentos e instrumentos, chegou a assinar dois termos de atestado de pobreza, como conta pedro de Luna na biografia Champ – A incrível história do baixista Champignon do Charlie Brown Jr. O retorno para o Charlie Brown Jr melhorou a situação, mas não resolveu. Com A Banca os problemas financeiros voltaram.


O show em Lorena rendou um cachê, o qual Champignon usou para ir em um rodízio de sushi com a esposa Cláudia Campos. Lá discutiram sobre dinheiro e ao voltarem para casa, Luiz Carlos Leão Duarte Júnior foi ao quarto que usava como estúdio e com uma arma .380 deu fim à sua vida. Seis meses após a morte de Chorão.


 o que é bom dura tempo o bastante pra se tornar inesquecível


Chorão e Champignon, mas que responsabilidade...

A Banca havia composto uma música: "O Novo Passo", que fala sobre recomeçar. A música foi lançada e executada em algumas rádios como homenagem ao Champ. Claudia, a esposa, estava grávida de cinco meses quando o baixista faleceu. Claudia Bossle também é artista e o casal havia composto a música "Bright Light", com Champignon fazendo beatboxe e tocando violão. A viúva postou o videoclipe da música que contém cenas inéditas de Champignon. A filha do casal, que nasceu meses após a morte de Champignon, também aparece no clipe.


O guitarrista marcão se juntou ao baterista Pinguim e a baixista Lena na banda Bula Rock (a qual o Submundo do Som já entrevistos e você pode conferir aqui). No disco de estreia, Não Estamos Sozinhos, há uma letra de Chorão: "Ela Nasceu Pra Mim", e participação de Champ nas faixas "Duas Caras" e "Ela Nasceu Pra Mim". Na faixa homõnima ao álbum Marcão canta sobre os acontecimentos:


"Ela é branca como a neve, paraíso andino

Dizem que emagrece, mas representa perigo

Eu tenho medo de dizer o que você não viu

Tenho medo e eu sei por que o que você sentiu

A saudade cresceu como planta tomou conta do caminho

Mas na vida ou na morte não estamos sozinhos

Não estamos sozinhos

Mas o vento levou meus melhores amigos

Pesadelo em forma de desafio

Mas o inimigo é algo que pode morar dentro de nós

Mas eu mantenho a minha fé

Afasto o mal que me corrói

Da zona norte à zona sul

De qualquer lugar, lugar nenhum, caminho pra voltar

Da zona norte à zona sul

De qualquer lugar, lugar nenhum, caminho pra voltar"


Leia também:

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A Transpiração Contínua Prolongada do Charlie Brown Jr.

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