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COPA RAP - O Hip Hop nos países do grupo A da Copa do Mundo: Catar, Senegal, Holanda e Equador

Jeff Ferreira
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Inspirado na Copa do Mundo de 2002 e fazendo aquela dobradinha entre o rap e o futebol, o Submundo do Som inicia uma série sobre o Hip Hop nos países que participam do Mundial no Catar. São 32 seleções, logo 32 países para conhecermos um pouco mais de sua história com a cultura de rua.

Começamos com o grupo A, o qual integram Senegal, Equador, Holanda (Países Baixos) e o anfitrião Catar. Nossa série se inicia com os donos da casa.

 

Catar (Catar)

 

MC Mvrs

Diferentemente do resto do planeta, o Hip Hop no mundo árabe tem uma história mais recente. Afinal, a história do Catar como páis independente também é recente, já que deixou de ser colõnia do Reino Unido em 3 de setembro de 1971. Seu tempo de vida - como páis independente - é quase que o mesmo da cultura Hip Hop no mundo. Em meados dos anos 2000 a cultura começa a se expandir no Catar, sobretudo em Doha, capital do país, onde teve como principais expoentes os grupos Red Line e Resest Kalam que traziam mensagens de liberdade aos povos árabes.

 

Por ser um país novo, o Catar recebeu muitas nacionalidades do mundo àrabe, como marroquinos, sudaneses e egipícios, além de povos da Índia, Nepal, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka e Filipinas. De origem palestina, o Red Line ésurgiu em 2006, Ahmed Abou Gaza, um dos integrantes do grupo, em entrevista ao Qatar Tribune, comentou que o Red Line toca nos nervos dos jovens, principalmente na faixa etária entre 14 e 25 anos e reforça a importânvia do Hip Hop durante a Primavera Árabe (2010), uma das músicas do grupo, postada durante a revolução egípicia, teve um milhão e meio de vizualizações. Mohamed Abou Shira, outro membro do Red Line, explica que o nome do projeto é inspirado na linha vermelha do metrô de Doha, a principal da cidade.

 

Inspirados no grupo palestino Daam, o Red Line aborda em suas letras o conflito árabe-israelens. No momento, eles são o único grupo de rap palestino que atua no território de abrangência do Conselho de Cooperação do Golfo, o CCG.

 

O Rasest Kalam surgiu em 2009, é um grupo de rap de origem egípcia e é umas principais referências dos jovens de Doha. Outros rappers oriundos do Egito se reuniam na Praça Tahrir, na capital do Catar, porém o Rasest Kalam se destacou com uma mensagem de apoio aos conterraneos, como explicou Nasser Sayed: "queríamos ajudar nossos irmãos e irmãs no Egito e em outros lugares por meio de nosso rap de Doha". As letras do Rasest Kalam também abordam o cotidiano do jovem árabe e toca em temas como o desemprego e o deslocamento.

 

"Estamos planejando um videoclipe que se concentra na ideia de um recém-formado que não consegue encontrar um emprego em seu país. Então, ele tenta encontrar um emprego no exterior e depois percebe que desembarcou no mesmo país em que estava antes", comenta Nasser Sayed, para o Qatar Tribune.

 

Um dos destaques do rap no Catar é o MC Mvrs. Nascido e criado na capital Doha, Ammar Abouleghar tem raízes egipicias e se tornou um dos principais nomes do Hip Hop no país. Inspirado em Eminem, o qual ele imprimia as letras e lia antes de dormir, começou a escrever suas poesias. Na sala de aula, ao ler um de seus textos, seu professor desabou em lágimas. Foi neste momento que Ammar se tornou o MC Mvrs e passou a usar o rap como ferramenta de transformação. Mvrs adotou um estilo melódico e suas letras abordam os dilemas de jovem árabe, como na canção "Disstance", onde canta sobre escolher entre as cidades de Doha e Iarica.

 

Em 2018 foi lançado o documentário Khamsat Arkan que conta a história do Hip Hop em Doha na visão dos próprios artistas. O filme passa por todos elementos da cultura e mostra as lutas sociais que são associadas. A obra foi idealizada pelo cineasta Timothy Carr, da Flórida (EUA) com produção  TQG Productions (TheQatariGuy).

 

Senegal

 

Positive Black Soul

Em Senegal, como em boa parte do mundo, o Hip Hop chega através do breaking, sendo muito popular na cidade de Dakar. A dança, principalmente influenciada por artistas mundiais do calibre de Michael Jackson e pelo cinema com os filmes Beat Street e Wild Style, foi uma coqueluche entre os jovens, porém em todo continente africano a cultura não se esvaziou após a onda do breaking e se tornou um verdadeiro movimento social e político. Entre os líderes mais influentes desta resignificação estavam artistas senegaleses.

 

No entanto foi um francês, que em 1985, difundiu o rap no país. Logo surgem grupos como o Positive Black Soul, MC Lida e MC Solaar as primeiras agremiações do país. O rap senegalés se fundiu com o mbalax, um ritmo popular do leste africano e sua primeira geração de artistas revelou nomes como Xuman, Wa BMG 44 e Daraa J.

 

Claude M'Barali, o MC Solaar, nasceu em 5 de março de 1969 em Senegal e se criou na França, em Paris, e seus pais são originários do Chade. Em 1991 o artista lança seu primeiro álbum, o Qui Sème Le Vent Récolte Le Temps, quem 1994 foi sucedido pelo disco Prose Combat. Mouhameth Lida Sall, o MC Lida, é outro pioneiro do Hip Hop senegalês, depois de uma temporada na italia, onde se iniciou no rap, o MC retorna ao Senegal sem carteira de música e ao entregar suas fitas K7 àBSDA (Escritório de direitos autorais senegalês) ninguém sabia o que fazer com aquilo, pois ainda não tinha ouvido falar de rap. Nas fitas haviam quatro músicas, as primeiras de MC Lida.:

 

O Positive Black Soul foi fundado em 1989, composto Didier Sourou Awadi, o DJ Awadi, e Amadou Barry, o Doug E. Tee ou ainda Duggy-Tee. DJ e MC já haviam integrados outros grupos de rap anteriormente, Awadi no Didier Awadi's Syndicate e Barry no King MCs. Com o PBS passaram a cantar inglês, francês e wolof (também chamado de uolofe, uólofe, wolof ou jalofo. Língua pertencente à família das línguas nígero-congolesas e nativa do grupo étnico uolofe. Falada na África Ocidental, principalmente no Senegal, mas também na Gâmbia, Mauritânia, Guiné-Bissau e Mali). O Positive Black Soul integrou em seu rap os instrumentos tradicionais senegaleses e em seu texto ressaltaram o ativismo político e social. Em 1996 o grupo lança seu primeiro álbum, a fita K7 Boul Falé, que rendeu ao PBS turnês pela França, Inglaterra e Suíça.

 

Gunman Xuman nasceu na Costa do Marfim e se criou no Senegal. Começou a rimar em sua quebrada, o bairro de Fass, em Dakar. Em 1992 se tornou um dos destaques do underground da cidade devido sua habilidade de escrita e presença de palco. Ao lado de Daddy Bibson, Sister Joyce, Sun Souley, Aladjiman, Kool Koc-Sis e Dj Gee Bayss formou o grupo Pee Froiss que teve seu primeiro álbum lançado em 1996, o Wala Wala Bok, produzido pela Positive Black Soul. O disco foi sucesso imediat e graças ao rapper Mamadou Konté do grupo Africa Fête, o Pee Froiss conseguiu participar de grandes festivais no Senegal e no exterior. Xuman é cofundador do Jornal Rappé, um programa de TV que transmite notícias através de forma humorada e afiada no intuito de ngajar jovens africanos com temas sérios como política, mudanças climáticas e corrupção e para isso usam a linguagem do Hip Hop.

 

O Wa BMG 44 é um dos primeiros grupos de rap do país, fundado em 1992. O nome vem das iniciais de seus integrantes Babacar Niang, Mokhtar e Gueye (Omar), que se conheceram na escola. O número 44 faz referência ao ano de 1944, quando no dia primeiro de dezembro jovens da quebrada de Thiaroye foram fuzilados pelo exército colonial francês depois de exigir compensações por sua participação ativa no exército francês durante a segunda guerra mundial. Hoje em dia, o nome Wa BMG 44 também é interpretado como “Wa Bokk Menmen Guestu” que em wolof significa literalmente “Todos juntos para pensar melhor”. O grupo passou a representar o bairro de Thiaroye e sendo destaque na cena de Dakar. Babacar Niang, com nome artístico de Matador, ou ainda de Xarale, iniciou-se no Hip Hop em 1984, através do breaking. Em 1998 o Wa BMG 44 lança seu primeiro álbum, o “Def Ci Yaw”, abordando de forma veemente a corrupção do governo senegalês e através desse disco o grupo percorre a Europa imprimindo seu nome no seio do Hip Hop underground.

 

Daara J é um trio de rap senegalês, formado por N'Dongo D, Aladji Man e Faada Freddy no ano de 1997. O nome do grupo vem do wolof e significa "Escola de Vida". Como característica o trio encorpora em sua música os ritmos afro-cubanos e o reggae em letras cantadas em inglês, francês, espanhol e wolof. Em 1998 lançam seu primeiro disco, o álbum homônimo à banda, e se tornam populares no circuito de Senegal. Em 1999 lançam o segundo disco, intitulado Xalima, onde combinam diversas manifestações culturais africanas. Em 2003 lançaram seu terceiro trabalho, Boomerang, mantendo o ativismo como filosofia do grupo.

 

Atualmente a nova escola do rap de Senegal vem mobilizando jovens e destaca rappers como Dip Doundou Guiss, Omzo Dolla, Elzo Jamdong, Nix, Iss 814 Beats, Hakill, Pako briz, PPS, Kruh Mandiou Mauri.


Holanda (Países Baixos)

 

Osdorp Posse

O Hip Hop chega na Holanda no começo dos anos 80 e logo no início à cena local lança seus primeiros discos. No entanto, os primeiros rappers holandeses se aventuravam cantando em inglês. Somente em 1986 que surgem os primeiros raps em idioma holandês. Os pioneiros a rimarem no idioma local foram Miker G & DJ Sven que tiveram a música “Holiday Rap” como um hit top 10 em pelo menos dez países, em toda a Europa. Porém a dupla utilizou sample de “Holiday”, da cantora Madonna e tiveram problemas de direitos autorais.


Também em 1986 o rapper holandês Extince lançava seu primeiro disco, o Rap Around The Clock, sucedido pelo The Milkshake Rap, de 1987. Dentre os primeiros artistas a rimarem em holandês podemos citar como Def Rhymz , Blonnie B, Alex and the CityCrew e o Dynamic Rockers. No entanto, esses grupos e rappers faziam algo de caráter experimental, muitas vezes misturando o inglês e o holandês. O grupo Osdorp Posse, oriundo de Amisterdã, do bairro de Osdorp, foi um dos primeiros a se deticarem exclusivamente a fazer música na língua mãe com o single “Moordenaar!” (Assassino!), em 1989. 


O Osdorp Posse, foi formado por Def-P, King, IJsblok e Seda e abordavam em suas letras o cotidiano das periferias holandesas através de uma visão extremista, o que fez o grupo ganhar popularidade no meio underground. O rapper Def-P, começou um movimento de traduzir os raps da Holanda, cantados em ingleses, para o holandês, em seguida passou a escrever um trabalho original com as expressões idiomáticas peculiares do vocábulo local que reformulou totalmente a cena. O primeiro álbum do Osdorp Posse foi a demo Osdorp Stijl, lançado em 1992 e trazia faixas como “Moordenaar!” (Assassino!), “Katholieke Trut” (Cadela Católica) e “Commerciële AIDS” (AIDS Comercial), com mensagem explicitas e batidas de Hardcore. Também em 1992 lançam o disco Roffer dan Ooit foi lançado, o qual fez com que as rádios boicotassem o grupo, dizendo que não poderia levá-los a sério. Em 1993 lançam Vlijmscherp, e neste álbum o grupo comentou sobre o seu tratamento nos meios de comunicação holandeses. Em uma das faixas, “Ghetto'tje spelen” (Brincando nos Guetos) o grupo manda uma diss para as rádios, o que bane de vez o grupo das ondas FM’s.


A proposta do Osdorp Posse influenciou toda uma geração de rappers que vieram na sequência nos anos 90, como Ali B que descreveu som dos conterrâneos como altamente visual e cativante. Em 1986, depois de uma jam-session em um festival em Utrecht, que incluía o rapper Rudeboy Remington e o DJ DNA (DoNotAsk), surge o grupo Urban Dance Squad, que misturava o hard rock em seu som, juntamente do funk, soul, reggae, jazz e ska.  Através do single “Deeper Shade of Soul” o grupo explodiu, porém eram mais conhecidos em Nova Iorque de que em seu país, principalmente com a canção “Rudeboy”.


Outro artista de destaque do final dos anos 1980 e início dos 90 foi o DJ All Star Fresh do King Bee no topo das paradas com o hit “Back by Dope Demand”. O DJ e produtor se profissionalizou em 1979 e em 1988 venceu o DMC Holandês e ficou em terceiro lugar no DMC Mundial no London Royal Hall.


Hoje em dia, a nova geração vem se destacando em uma cena autointitulada “new wave”, com os rappers Typhoon, Bokoesam, D-Double, Jonna Fraser, Lil' Kleine, Ronnie Flex e SFB, Broederliefd e Sevn Alias.


Equador

 

Viejo Alka e o RANSA Company

O Hip Hop chega no Equador pela cidade de Guayaquil em meados dos anos de 80 através de pessoas que voltavam dos EUA trazendo em sua bagagem o que viram por lá, ou seja, a dança, a música, as roupas, as formas de se relacionar além de todo o simbolismo. A cultura ganhou adeptos em bairros periféricos como o 9 de Octubre e Bahía.


No início, o Hip Hop de Guayaquil era uma mera reprodução do modelo estadunidense, que se fez popular através dos filmes Flash Dance e Beat Street. Os guayaquileños abraçaram o breaking como o primeiro elemento da cultura no país, a exemplo dos demais países vizinhos. Jovens dos bairros periféricos reproduziam os passos de dançam que viam nos filmes e pouco a pouco vão surgindo as primeiras crews de break do Equador.


Porém, ouvir rap no país era uma missão difícil devido à falta de recursos, se conseguia uma fita somente quando alguém viajava aos Estados Unidos, mediante a isso, o Equador passa a produzir suas próprias canções de rap, no melhor estilo “faça você mesmo”. Um grande agente para o desenvolvimento do rap no país foi o programa de TV Chispitas, que organizava concursos com o novo estilo musical. Um dos pioneiros do rap equatoriano é Che-Che, com músicas de cunho social vindo da cena suburbana narrando os problemas da cidade de Guayaquil.


Um importante personagem dos primórdios do rap no Equador é José Martín Galarza, filho de porto-riquenho, Elving Galarza, e da equatoriana Julieta Arce, nascido em 11 de outubro de 1968 em solo estadunidense, na cidade de Nova Iorque. Martín viveu nos EUA até  o ano de 1976, quando sua família se muda para Guayaquil e vive lá até os 14 anos de idade, e em 1983, muda-se para Yauco, em Porto Rico, onde viveu na zona rural com seu avô paterno que acometido por um câncer. Viveu lá até os 17 anos e volta a Nova Iorque.


Martín ingressa no Hip Hop em 1984 ainda em Porto Rico, onde aprendeu o breaking e o rap e quando retorna ao Equador, após se forma em engenharia de som e produção musical no Institute of Audio Research-New York, e soma o seu talento ao de outro grande personagem do pioneirismo do rap no país.


Gabriel Larrea Roca, o Che-Che, estudava no Colegio San Agustín, em Guayaquil, onde dançava breaking e fazia rap. Trabalhando duro desde os treze anos de idade para ajudar em casa, começou uma carreira como disc jockey junto de seus irmãos e em seguida se uniu ao amigo Martín formando o duo Gama Rap e gravaram uma das primeiras canções do gênero em terras equatoriasnas, a música “Guacharnaco” e a partir daí começa a febre do rap no país, passando a acontecer os primeiros eventos e festas. Juntos, Gabriel e Martín fizeram as músicas: “Disc-jockey Shock”, “Ven conmigo a rapear", “Malo Soy”, “El rap de la playa”, ”Sapada”, além da citada “Guacharnaco”.


Porém, por motivos familiares a dupla se separa, indo cada artista para um caminho diferente. Em 1989, Martín assina contrato discográfico graças a intermediado por Troy Alvarado, baixista do grupo Tranzas  e em 1990 sob o nome de AU-D, lança o primeiro disco de rap do Equador, com o single duplo, em LP, “Asfalto Caliente”/“Guacharnaco”, pelo selo Sona. No ano seguinte,  lança o álbum homônimo, AU-D, também pelo selo Sona, em vinil de 12” e com quatro faixas “Vago Soy”, “Sangre Latina”, “Chicos De La Cuadra” e a balada rap intitulada “Tres Notas”, música que marca o início do rap no Equador, e que vendeu mais de 180 mil cópias em menos de um ano, um recorde para um solista equatoriano da época (fonte: IFESA). Com isso,  recebeu prêmios como o Huancavilca de Canção do Ano, e teve clipe no ranking do programa de TV "El Show de Bernard", da emissora Ecuavisa por sete semanas consecutivas como o número 1. O vídeo foi gravado em VHS por Luis Fernando Carrera e editado por Troi Alvarado no estúdio Facsco, em 1990.


Che-Che seguiu a linha de rap de protesto como artista solo aos 22 anos, sempre acompanhado em suas apresentações da crew de breaking Slammin’ Dance Posse formada por Oswaldo López “DJ Zepol”, Carlos Contreras “C.A. One” (Caster), Johnny Reinoso “Spy”, Freddy Sevilla “Falco”, Patricio Rodriguez “Shorty”, e depois ficando com ele apenas “C.A. One” e “Spy”.


DJ Zepol é um dos pioneros do Hip Hop no Equador, sendo o primeiro DJ da cultura a tocar na lendária Latin Palace, a casa de shows considerada como perço do movimento no país, realizando apresentações onde mixava músicas e fazendo scratches. 


Dessa forma começam a surgir outros grupos visando o Hip Hop como estilo de vida, e aí se configura o movimento na cidade de Guayaquil, com seus próprios reglamentos, simbolos e códigos, se concentrando nas visões politicas e sociais, dentre eles surgem: Equinoccio Flow (Bronson, Batusay e De La Tribu), a Quito Mafia (Tzantza Matantza, 38 Que No Juega, La Rapbia, Arsenal), TNB, HHC, Tales y Cuales e los Hip Hop Cultos, grupos que permetiram a massificação da cultura Hip Hop e da música rap nas periferias da capital Quito.


O Hip Hop no Equador se desenvolveu através de alguns estilos, como o dito “comercial”, focado em letras descompromissadas e de curtição, o gangsta rap reivindicando a violência e os conflitos de entre gangs. Há também a vertente política rimando sobre a smazelas sociais, o hardcore, com uma construção mais crua e mensagens e histórias chocantes. E o Hip Hop andino, proposta nascida no final dos anos 2000 e praticada, além do Equador, no Perú, Bolivia e Colômbia e traz para as batidas do bumbo e caixa, característicos do rap, o uso de instrumentos andinos como a quena, zampoña e o charango e mesclam o castellano com iniomas nativos das comunidades originarias dos andes, como quichua, quechua, aymara e o mapuche para melhor expressar as ideais e passar a visão do cotidiano dos povos andinos.


Outro nome de destaque da história do Hip Hop equatoriano é o de Fausto Aníbal Gortaire Moreira, conhecido artisticamente como Marmota MC. O artista forma o grupo Rapbia e lança o álbum La R Verdadera, depois em 1999, junto dos irmãos Doble Hache e Langolier, forma El Bloque, e lançam um álbum homônimo ao grupo. Na sequeência forma o coletivo Quito Mafia, junto da amiga Pía Molina e lança uma coletânea com vários artistas gravados entre 1999 e 2001, e na sua carreira solo, como Marmota, lança o disco Super Skunk Hit, com o grupo 38 Que No Juega coloca na sruas o álbum De Lujo. Além de participar das compilações do selo Rosa Blanca, Rap de Colección.


Em 2005, através de uma iniciativa de Marmota MC, vulgo do rapper Fausto Gortaire, nasce o coletivo Comunidad Hip Hop Ecuador, e em 2006 é lançado a coletânea De Frente Al Imperio, um álbum duplo reunindo diversos artistas de Quito, com objetivo em comum de lutar contra repressões discriminações e abusos. No álbum participam 024,  Periferia Quito, Liric Traffic, Participes en Ceremonia, China & EBT, Versus Clan, Vulgar Poesía, Furka Family, BDC, Dos Balas, Eminencia Veneno, La Mala Hierva, Zero Absoluto, Kitus Rap, Cristyle, JRS & Siko, CHV, Plata o Plomo, Kito Style, EPF, Crauler, Suelta Jerga, Tsaank, EQR, Nación Lirical e Mugre Sur.


Um dos pioneiros do Hip Hop equatoriano é Alexis Fabricio, mais conhecido como Viejo Alka, que atualmente, além de lançar alguns temas, se dedica em preservar a história do Hip Hop no mundo, sobretudo no idioma espanhol, através de sua página Long Play and Cassetes - Raíces del Rap en Espãnol y del Mundo. Alka formou vários grupos que atuaram no underground do Equador como o 18:49, La Pureza e o Asfalto até em 1999 formar o grupo RANSA (Revolución Artística Nacional Sociedad Anónima), um dos principais do país.


O submundo do Som entrevistou El Viejo Alka e você pode acompanhar esse bate papo aqui.

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