Entrevista | Noisy MC: O barulho poético direto de La Paz - Bolívia

O Submundo do Som traz mais uma entrvista com hermanos latinos, dessa vez nossa convidada vem de La Paz, batemos um papo com a Noisy MC, artista boliviana de 24 anos e muita atitude, amante do Hip Hop e de um protagonismo feminino na cena de seu país. Em 2021 lançou o EP Medusa e agora se prepara para lançar um novo trabalho, o álbum Soul&Rou, e nessa conversa falou sobre sua trajetória, influências e nos ajuda a conhecer um pouco mais do Hip Hop na Bolívia. Confira:

Submundo do Som - Em primeiro lugar, muito obrigado por falar com o Submundo do Som. Por favor, gostaria que você se apresentasse, quem é o Noisy MC?

Noisy MC - Eu sou uma rapper, cantora, compositora e amante do Hip Hop e da vida. Desde pequena, minha característica era de ser escandalosa, o que deu origem ao meu nome Noisy (ruidoso em inglês) e MC (Mestre de cerimônias).

 
Submundo do Som - Quais são as suas primeiras memórias musicais, como a música entrou na sua vida? E como você descobriu sobre o Hip Hop?

 
Noisy MC - As primeiras memórias musicais são do meu pai, com ele costumava ouvir trova e bandas clássicas de diversos géneros musicais, o meu pai dizia que os clássicos nunca deixam de ser clássicos.

 
A música entra na minha vida desde muito cedo, quando começo a adquirir admiração por diferentes referências musicais entre as quais posso citar: Nina Simons, Mercedes Sosa, Joan Jett, Madonna e Chear. Além disso, sempre me imaginei cantando no palco com esses nomes.

Conheci o mundo do Hip Hop através de pequenas influências familiares e de alguns amigos, daí virou uma paixão que aos poucos me imergiu no mundo do graffiti de forma muito esporádica e depois exercitei o elemento do RAP “freestylando” na rua com alguns amigos, participando de eventos, passando a compor (do notebook ao microfone) e participando de eventos como artista.

 
Submundo do Som - Quais são suas influências musicais? E o que te inspira a escrever suas músicas?

 
Noisy MC - Amo música e seus diferentes gêneros e admiro muitos artistas, mas meu estilo favorito que influenciou minha forma de compor, fazer rap e cantar são os seguintes:

• Fugees - The Score
• Bone Thugs in Harmony - Here Comes The Horns
• Cypress Hill - Los Grandes Éxitos En Español
• Tego Calderón - El Abayarde
• Vico C - Aquel Que Había Muerto
• Alicia keys - Songs In A Mirror

Otros singles:

• Tupac - Hill Mary
• Big B - Bigg Poppa
• Beatles- Don't Leave Down
• Amy Winehouse - Back to Black
• THC - Scrub
• Queen – Love Of My Life

Inspiro-me em várias referências e personagens que fizeram história ou marcaram o mundo. Eu me baseio em livros, provérbios, moral e minhas próprias experiências.

 
Submundo do Som - Em 2021 você lançou o EP Medusa, certo? Qual é o conceito do álbum e que mensagem você queria transmitir ao longo das cinco músicas?

 
Noisy MC - O EP contém 5 faixas, músicas com uma fusão de estilos: Hip Hop-Rap, reggae, funk, balada e um pouco de rock.

 
Medusa é uma alusão à deusa grega por sua importância, beleza e inteligência; mostrando-se como guardiã e protetora das mulheres. Vale ressaltar que é um alívio pessoal já que as composições musicais destacam as histórias que não são contadas (o outro lado da moeda), também muitas das composições são fruto de experiências e vivências.

Submundo do Som - Como você vê a cena Hip Hop na Bolívia? A mídia, como a televisão ou o rádio, dá espaço ao rap? Existem sites e blogs bolivianos que ajudam a contar a história e registrar a cena em seu país? Se sim, você poderia dizer quais são?

 

Noisy MC - Há muito movimento na cena, o mais importante é que os elementos se fundem muito na Bolívia.

 
Com referência à mídia de televisão e rádio, eles prestam atenção e te dão espaço, mas você deve administrar e pedir por eles.

 
Conheço muitos sites e blogs, os que posso citar são:

· Desde El Ojo de Las Calles
· Zoom Beat Sobredosis
· Factor 2H
· La Estación de los Suburbios
· Bombo Clap

Submundo do Som - Como é ser uma rapper na Bolívia? Ainda existe muito machismo na cena local?

 
Noisy MC - Ser uma mulher rapper na Bolívia é muito difícil porque o machismo ainda existe, mas a gente supera, leva bem a mensagem e é persistente, dá-se ao respeito. É muito complicado, porque você consegue representar uma mulher diferente, tanto física quanto mentalmente, porque você se torna o porta-voz de uma mensagem censurada que ninguém quer contar.

 
Submundo do Som - Hoje o mundo inteiro vive uma grande crise política, mas principalmente a nossa América Latina tem sofrido muito. Qual é o papel do rap e do Hip Hop neste contexto de caos político?

 
Noisy MC - O rapper é um mensageiro que depende muito da base que possui, pois, o rap tem estilos musicais diferentes, se falamos especificamente de política, podemos citar o rap de protesto, cuja mensagem apontará as injustiças que vive uma pessoa comum (classe média - baixo) dentro de um governo burocrático que busca impor seu poder em diferentes áreas (saúde, educação, trabalho, religião, costumes etc.). Muitos rappers são a voz do povo e viemos de lugares onde a diferença de classes, a burocracia e a hierarquia que nos impõem é sentida e vivida. É importante levar a mensagem com informações úteis para a sociedade ou um bem social.

 
O Hip Hop é responsável por unir os diferentes elementos de forma a aumentar o impacto da mensagem, reforçando-a.

Noisy MC - Foto Divulgação

Submundo do Som - Você vê alguma diferença entre o Hip Hop Boliviano e o resto da América Latina?

Noisy MC - Existem algumas diferenças, dentro das quais posso mencionar:

· Nuances musicais: a diferença está na incorporação de instrumentos musicais da cultura andina (quena, zampoña, charango, bandolim, pandeiro, wankara etc.)

· Lado vocal: Existem vários sotaques em meu país, por exemplo, La Paz usa o recurso "gemer" em seu canto, o que é muito particular para qualquer outro estilo latino-americano.

· Contexto da composição: Como todos os artistas, o estilo é criado com base em suas próprias influências e experiências, para as quais existem vários estilos diferentes dos artistas de países vizinhos.

 
Submundo do Som - Você sabe alguma coisa sobre rap ou música brasileira?
 

Noisy MC - Sei muito pouco quando o assunto é rap, ouço Oriente e Rebbeca e de um modo geral gosto muito do ritmo calipso.

Submundo do Som - Indique artistas bolivianos, rap ou outros estilos, para que os brasileiros também os conheçam.

Noisy MC - Pachamama Familia Bolivia, FM-11, Occasional Talent, Sascuach THC, Andes Mc, Chicho Real, En tu Parlante, Saizu Rap, Danico El Unico, Poesia Natural, Soul Level, Yogui 13, El Parche, La Gran Llajta e Escencia Urbana.

Submundo do Som - Que sonhos você ainda deseja realizar na música?

 
Noisy MC - O maior sonho que tenho é poder fazer um tour internacional primeiro na América Latina e depois em países europeus.

 
Submundo do Som - Por fim, que mensagem você deixa para aqueles que nos acompanharam? E quais são os meios de comunicação? as redes sociais?

 
Noisy MC - Quero te dizer que o melhor refúgio que você pode ter é o Hip Hop, em qualquer um dos seus elementos, apesar de tudo que você possa passar você pode se refugiar nesta cultura, que sempre terá um lugar para você.

 
Não se deixe vencer, se cair, se levante e depois lute pelos seus sonhos sem desistir, pois o que mais almejamos vem com sacrifício e perseverança.

 

“Sempre ofereça amor, respeito e gratidão a todos os seus projetos”

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Noisy MC - Foto Divulgação

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Castellano

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Submundo do Som trae más nueva entrvista con hermanos latinos, esta vez nuestra invitada viene de La Paz, charlamos con Noisy MC, una artista boliviana de 24 años y mucha actitud, amante del Hip Hop y protagonista feminina en la escena de su país. En 2021 lanzó el EP Medusa y ahora se prepara para lanzar un nuevo trabajo, el disco Soul & Rou, y en esta conversación habló sobre su trayectoria, influencias y nos ayuda a conocer un poco más sobre el Hip Hop en Bolivia. Vea:

Submundo do Som - En primer lugar, muchas gracias por conversar con Submundo do Som. Por favor, me gustaría que empezaras a presentarte, ¿quién es Noisy MC?

Soy una Rapera, cantautora y compositora amante del Hip Hop y de la vida. Desde pequeña me caracterice por ser escandalosa, lo que dio origen a mi nombre Noisy (ruidosa en inglés) y Mc (Master of ceremonies).

Submundo do Som - ¿Cuáles son tus primeros recuerdos musicales, cómo entró la música en tu vida? ¿Y cómo conociste el Hip Hop?

Los primeros recuerdos musicales son con mi padre, con el escuchaba trova y bandas clásicas de distintos géneros musicales, mi padre decía que los clásicos nunca dejan de ser clásicos.

La música entra a mi vida desde muy pequeña, ya que empiezo a adquirir admiración por diferentes referentes musicales entre los que puedo mencionar: Nina Simons, Mercedes Sosa, Joan Jett, Madonna y Chear. Además, siempre me imaginaba cantando en un escenario como ellas.

Conocí el mundo del hip-hop por pequeñas influencias familiares y algunas amistades, luego se convirtió en una pasión que me fue sumergiendo poco a poco en el mundo del “graffiti” muy esporádicamente y más tarde ejercí el elemento del RAP “freestyleaando” en la calle con algunos amigos, asistiendo a eventos, para después comenzar a componer (del cuaderno al micrófono) y participando de los eventos como artista.

Submundo do Som - ¿Cuáles son tus influencias musicales? ¿Y qué te inspira a escribir tus temas?

Amo la música y sus diferentes géneros y admiro muchos artistas, pero mi estilo preferido que influenciaron mi manera de componer, rapear y cantar son los siguientes:

·         Fugees - the score

·         Bone thugs in harmony - here comes the horns

·         Cypress hill - Los grandes éxitos en español

·         Tego Calderón - El abayarde

·         Vico C - Aquel que había muerto

·         Alicia keys - songs in a mirror

Otros singles:

·         Tupac - hill mary

·         Big B - bigg poppa

·         Beatles- don't leave down

·         Amy winehouse - back to black

·         THC - scrub

·         Queen – Love of my life

Me inspiro en varios referentes y personajes que marcaron la historia o causaron un impacto en el mundo. Me baso en libros, refranes, moralejas y experiencias propias.

Submundo do Som - En 2021 sacasteis el EP Medusa, ¿verdad? ¿Cuál es el concepto del álbum y qué mensaje querías transmitir a lo largo de las cinco canciones?

El EP contiene 5 tracks, música con fusión de estilos: Hip hop-rap, reggae, funk, balada y algo de rock.

Medusa alude a la diosa griega por su importancia, belleza e inteligencia; mostrándose como la guardiana y protectora de las mujeres. Cabe mencionar que el mismo es un desahogo personal puesto que las composiciones musicales destacan las historias que no son contadas (el otro lado de la moneda), también muchas de las composiciones son el resultado de experiencias y vivencias.

Submundo do Som - ¿Cómo ves la escena Hip Hop en Bolivia? ¿Los medios como la televisión o la radio prestan atención al rap? ¿Existen sitios web y blogs bolivianos que ayuden a contar la historia y registrar la escena en su país? Si es así, ¿podría decir cuáles son?

Hay bastante movimiento en la movida, lo más importante es que los elementos se fusionan bastante en Bolivia.

Con referencia a los medios de televisión y radio, si prestan atención y te dan espacio, pero debes gestionarlos y pedirlos.

Conozco muchos sitios web y blogs, los que puedo mencionar son:

Desde el ojo de las calles

Zoom Beat Sobredosis

Factor 2H

La Estación de los suburbios

Bombo Clap

  

Submundo do Som - ¿Cómo es ser mujer rapera en Bolivia? ¿Sigue habiendo mucho machismo en el panorama local?

Ser rapera en Bolivia es muy duro porque aún existe machismo, pero si una se sobrepone, lleva bien su mensaje y es perseverante se da a respetar.

Es muy complicado ya que llegas a representar una mujer diferente, tanto en el aspecto físico y mental, porque te conviertes en el portavoz de un mensaje censurado y que nadie quiere contar.

Submundo do Som - Hoy el mundo entero atraviesa una gran crisis política, pero especialmente nuestra América Latina ha estado sufriendo mucho. ¿Cuál es el papel del rap y el Hip Hop en este contexto de caos político?

Un rapero es un mensajero que depende mucho de la base que tenga, puesto que el rap tiene diferentes estilos musicales, si hablamos específicamente de política, podemos mencionar el rap protesta, cuyo su mensaje señalara las injusticias que vive una persona promedio (clase media-baja) dentro un gobierno burocrático que busca imponer su poder en los diferentes ámbitos (salud, educación, trabajo, religión, costumbres, etc.).

Muchos raperos somos la vos del pueblo y venimos de lugares donde se siente y se vive la diferencia de clases, burocracia y los estados de jerarquía que nos imponen. Es importante llevar el mensaje con información útil para la sociedad o un bien social.

El Hip Hop se encarga de unir los diferentes elementos a fin de incrementar el impacto del mensaje, reforzando el mismo.

Submundo do Som - ¿Ves alguna diferencia entre el Hip Hop boliviano y el resto de Latinoamérica?

Existe ciertas diferencias, dentro las cuales puedo menciones:

Matices musicales: La diferencia se ve en la incorporación de instrumentos musicales de la cultura andina (quena, zampoña, charango, mandolina, tamborcito, wankara, etc.)

Lado vocal: Existen diversos acentos en mi país, por ejemplo el paceño utiliza el recurso de “quejido” en su canto, el cual es muy particular a cualquier otro estilo latinoamericano.

Contexto de la composición: Como todos los artistas el estilo se crea en base a influencias y experiencias propias, por lo cual existen diversos estilos diferentes a artistas de países vecinos.

Submundo do Som - ¿Sabes algo de rap o música brasileña?

Conozco muy poco en lo que se refiere al rap escucho a Oriente y Rebbeca y de manera general me gusta mucho el ritmo calipso.

Submundo do Som - Indique artistas bolivianos, rap u otros estilos, para que los brasileños también los conozcan.

Pachamama Familia Bolivia, FM-11, Ocasional Talento, Sascuach THC, Andes Mc, Chicho Real, En tu Parlante, Saizu Rap, Danico El Unico, Natural Poesia, Soul Level, Yogui 13, El Parche, La Gran Llajta y Escencia Urbana. 

Submundo do Som - ¿Qué sueños aún quieres cumplir en la música?

El sueño más grande que tengo es poder hacer un Tour internacional primero en Latinoamérica y después poder hacerlo en países europeos.

Por último, ¿qué mensaje dejas para los que nos acompañaron? ¿Y cuáles son los medios de comunicación? las redes sociales?

Quiero decirles que el mejor refugio que pueden tener es el hip-hop, en cualquiera de sus elementos, pese a todo lo que puedas atravesar te puedes refugiar en esta cultura, que siempre tendrá un lugar para ti.

No te dejes vencer, si caíste pues lo que viene es levantarte para después luchar por tus sueños sin rendirte, puesto que lo que más anhelamos llega con sacrificio y perseverancia.

“Siempre ofrece amor, respeto y gratitud a todos tus proyectos”

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