Bem-vindos à amostra
internacional de cinema do Radiola Santa Rosa!
Caio Dubfones nos apresenta, em seu novo álbum, uma imersão por películas revolucionarias.
Batidas, Rimas e Filmes homenageiam filmes, diretoras e diretores, movimentos
e muitas referências as grandes telas e tal, tudo acompanhado de beats cirúrgicos
e atmosféricos que nos transportam até as cenas de cada obra.
O disco Batidas, Rimas e Filmes
abre com a introdução “A Terra em Perigo”
que dá o tom sobre o decorrer do álbum, alertando o ouvinte sobre o que ele
encontrará ao longo dos trinta e sete minutos e quarenta e quatro segundos. “Com um pé no Hip Hop e outra na Tropicália, ele brinca
com o tempo, fazendo quinze anos parecerem quinze segundos”.
Em “101
Movies You Must See Before You Die”, como o título sugere, o Radiola
emana 101 filmes que inspiraram e mudaram a vida de Caio, são obras
estadunidenses, francesas, jamaicanas, brasileiras. Tudo em cima de um beat que
lembra a bossa nova ao mesmo tempo que tem o swing e grave do Hip Hop.
Na faixa três, “Tongues Untied”, a batida densa os scratches e a
atmosfera sombria é para referenciar o documentário experimental dirigido por Marlon
Riggs, do ano de 1989, interrogando as contestações raciais e sexuais na América.
“Glorioso Marlon Riggs, que nos deu tanto, reflexões
valiosas, como um manto, que nos protege da obscurecência, sensibilidade humana
exponencia, numa língua livre e afiada que põe o papel do macho como uma piada,
de mau gosto, de longos de tempos, uma máquina de destruir sentimentos”. Clique aqui para o sownload do torrent do filme.
Na sequência a vinheta “W.R”, remetendo ao filme Mistérios do Organismo, de
1971 do diretor Dušan Makavejev, uma obra polêmica que aponta teorias e
terapias de um dos maiores apoiadores da liberdade sexual, o psicanalista
Wilhelm Reich. O enredo se divide entre duas mulheres iugoslavas, uma adepta do
comunismo, flertando com um ator russo, e estadunidenses praticantes do sexo
livre narram suas vivências. Nessa track o Radiola Santa Rosa traz a atmosfera
da película para dentro da música, em batida sexy e intervenções vocais
alucinadas. Clique aqui para assistir ao filme no YouTube.
Indo para a faixa de número
cinco, temos uma aventura francesa em “Week-End”,
a qual se refere a obra de Jean-Luc Godard, de 1967, sobre um casal de caráter duvidoso
que viaja para o interior do país em busca de uma herança enquanto observam
várias situações, de acidentes a guerrilheiros, mostrando as mazelas do
capitalismo, a luta de classe e crítica ao sistema burguês. A música tem batida
forte e melodia tensa para transmitir o caos da película: “Em um filme perdido no cosmos, num ferro-velho, perdido
entre destroços, entre acidentes, SuperAni, do começo ao fim a confusão é
emininente”. Clique aqui para baixar o torrent do filme.
“Dog
Star Man” se inicia com graves e scratches para referenciar essa
obra sobre a origem do universo. Stan Brakhage produziu o filme entre 1961 e
1964, pois na verdade se trata de cinco curtas experimentais divididos entre um
interlúdio e quatro episódios, que sempre são exibidos juntos e na sequência
sobre o título “Dog Star Man”. A música começa sombria, com scratches e doce melodia
que se interpolam ao sample da película. “Uma série
de curtas-metragens formam um longa que tem as imagens, mais experimentais de
cujo as quais Brakhage revolucionou as artes visuais”. Clique aqui para assistir o filme no You Tube.
Dessa amostra mundial de cinema
do Radiola Santa Rosa, uma das faixas que mais curti foi “Wanda”, a qual faz alusão ao filme de 1970 da
diretora Barbara Loden, a qual também atua interpretando a protagonista Wanda,
que vive na Pensilvânia, próxima a uma mina de carvão, e a história se passa
após largar o marido e filhos e se entregar à bebida e se envolver com um
ladrão. A letra narra bastante sobre os bastidores do filme: “Corajosa Barbara Loden, é Wanda, cineasta e atriz, desse
drama, filmado em 16 magistralmente, colorido e granulado esteticamente, mesmo
que seja uma história triste, elegante esse filme é algo que resiste, ao tempo,
e não será datado, e no futuro ainda será arrojado”. Clique aqui para baixar o torrent do filme.
Passando para a segunda metade do
álbum, a track “Dersu Uzala” que remete
ao filme de 1975 dirigido pelo japonês Akira Kurosawa e conta a história de uma
tropa soviética nas montanhas da Mongólia e lá conhecem e aliam ao caçador
Dersu, o qual conhece bem o território. A música é suingada e o destaque é para
o groove do baixo e os scratches. “O caso profundo
sobre a amizade, a sobrevivência e a humanidade, a sabedoria de viver na natureza,
Dersu, cheio de visão coesa, com a consciência profunda de seu ser, no mundo, e
parte fazer, sua vida eternizada pela memória, Arseniev nos conta essa história”. Clique aqui para assistir o filme no YouTube.
Logo na sequência vem “Dersu Uzala Funky Space Reincarnation”, um funky que
mescla a selva de Dersu com a selva de pedra, a música dos anos 70 e 80
misturadas com a ambientação cinematográfica das florestas mongóis. A faixa é
instrumental e narra cenas através do baixo viciante e os riscos cirúrgicos.
Na faixa dez, temos “Stalker”, película de 1979 dirigida por Tarkovski
e conta uma história sobre um meteorito que, vinte anos atrás, cai em um país
não nomeado, gerando uma área onde as leis da física e geografia são nulas. O
local é batizado de Zona, e uma lenda diz que o local tem um quarto que realiza
desejos. A Zona passa a ser protegida e invadida desenrolando a trama. A música
é densa com timbres oitentistas e que rementem a sensação de mistérios intergalácticos.
“Dizem que foi um meteoro, mas ninguém o achou, e
que um habitante do abismo cósmico que o proclamou, do milagre o crescimento da
Zona, um mistério e um tormento, parte da floresta, cordões de isolamento
protegem as pessoas do mistério que há lá dentro”. Clique aqui para baixar o torrent do filme.
“La
Planète Sauvage” é uma homenagem a animação dirigida pelo francês
René Laloux. Em português a obra é intitulada como “Planeta Selvagem” e narra
uma revolução no planeta Ygam onde há uma raça de humanóides, chamada Oms, que
é mantida como animais de estimação dos alienígenas Draags. A música aborda a
moral do filme sobre como tratamos os animais e plantas. “A primeira cena uma mulher que corre carregando seu filho
no maior corre, escapando de uma mão super gigante, que numa brincadeira cruel
a mata em um instante, foram crianças ET’s, mas deixaram vivos o bebê,
recuperado por um pai e uma filha, que o levaram para o seio da família, para
ser o bicho de estimação”. Clique aqui para download do torrent do filme.
A penúltima faixa é a canção “Terra em Transe”, sobre o filme brasileiro de 1967,
de Glauber Rocha, sobre uma trama política e amorosa no fictício país sul-americano
Eldorado, enquanto o líder atual odeio seu povo, vários outros tentam assumir o
poder. A melodia alegre é mesclada com elementos sombrios e tensos gerando um híbrido
de sensações que somente o Brasil pode proporcionar. “Imagem
área, do mar e da serra, inicia o marco de uma era, alternando a maravilhosa
banda de sons, entre Villa-Lobos e a Umbanda, retrata a tensão no ar, precisamos
resistir e eu preciso cantar”. Clique aqui para assistir ao filme no YouTube.
Fechando o álbum Batidas, Rimas e
Filmes tem a música “Killer Of Sheep”,
com beat suavizado, hipnótico e atmosférico, homenageando a película de 1978,
que em nosso país é chamada de “Matador de Ovelhas”, dirigido por Charles
Burnett. O drama aborda um trabalhador de um matadouro e considera seu emprego
repugnante, mas tem que deixar de lado suas emoções para levar o sustento à sua
família. “Entre a Blacksploitation e Spike Lee, Charles
Burnett criou um diamante negro, politico e cultural, cada segundo é precioso em
audio e visual, tesouro, elegância em branco e preto, o blues que embeleza o gueto,
de Watts, California, L.A., é um lugar austero como um rei”. Clique aqui para o download do torrent do filme.
O Radiola Santa Rosa nos
apresenta uma obra revolucionária, rap de nerd, educativo, contestador e
incendiário, assim como a mente criativa e inquieta de Caio (e se quiser
conhecer mais desse irmão, clique aqui e confira a entrevista para o podcastSubmundo do Som Entrevista).
O MC do Radiola nos contextualiza
sobre a sonoridade, “um rap cru, que mistura
batidas sujas, colagens absurdas, riffs de guitarra e barulhos típicos de
"Jimmy James", dos Beastie Boys — uma clara influência do trampo,
pelo menos para mim”, o que faz com que o álbum soe começo ao fim como
um clássico noventista.
QUE DISSECALçAOOOO FUDIDAAAA !!!!
ResponderExcluirvc eh fodaaaaa caraiioooo !!!!