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Letícia Luppi: Foto Divulgação |
O projeto Bas-Fond segue de vento em popa, e em seu último lançamento o produtor faz conexão com a Zona Leste de São Paulo. De São Mateus, Letícia Luppi vem contundente nos convidando para um “Despertar”!
Se você ainda não conferiu os
trabalhos anteriores do Bas-Fond, corre no YouTube ou plataforma digital de sua
preferência e conheça. O projeto é fora da caixa e não se acanha no experimentalismo
fazendo uma grande comunhão universal da música. E quando digo universal não é
somente devido as influências que vão da cena industrial inglesa ao pop estadunidense,
passando pelo dub caribenho, mas universal pois reúne artistas espalhados pelo
globo, com contribuições de franceses, colombianos e canadenses, só para citar
alguns.
Em “Despertar”, a contribuição
vem de uma periferia paulista, com a jovem de 25 anos, Letícia Luppi, quem
começou a tocar violão com apenas 10 anos de idade e com facilidade pra compor e
incentivo de amigos, iniciou sua carreira na música.
Luppi apresenta trabalho
autoral desde 2015, e em 2020 passou a divulgar o trabalho com mais afinco e
nesse período fez shows em Casas de Cultura, Escolas Locais, Parques, Bares,
Saraus e Slans. Seu som tem base na MPB, na voz e violão, mas também é mesclado com algumas influências: "Fiz muito show em evento voltado ao Rap, mesmo que meu
trabalho seja mais puxado pro MPB. Meus sons tem uma pegada muito social, de um
pensamento coletivo”, comenta a artista.
Ainda sobre as suas
influências, Letícia Luppi contou para o Submundo do Som sobre suas origens: “Quando
pequena, meus pais se dividiam muito no que ouvir. De músicas internacionais
pela parte do meu pai, veio muito R&B, Funk, Soul. Eu não sabia muito do
que eles falavam quando criança, mas ficava muito envolvida pelo ritmo, pela
energia do som.
Já pela minha mãe foi mais o
nacional, puxando muito o Rock e MPB, já me dando uma visão mais ampla sobre
alguns assuntos importantes. Depois em família veio o Samba, Sertanejo raiz,
que me fizeram ter um pouco de start da musicalidade brasileira. Já na
adolescência, vieram o reggae e o rap que só me deram mais bagagem e paixão pra
entender cada estilo e o seu peso musical”.
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Foto: Divulgação: Letícia Luppi |
Além das raízes musicais,
Luppi carrega em suas composições a sua área, tendo como inspiração a
observação de seu meio-ambiente, transformando em música o que vê ao seu redor:
“Viver na periferia abre muito fácil os seus olhos pro mundo. Sem falar também
da história da minha família, de pessoas fortes com histórias de superação e
força. Acho que foi daí que me inspirei a querer colocar a voz pro mundo”.
Os caminhos do produtor e da cantora se cruzaram dentro da própria esfera do Bas-Fond, através de um contato
em comum, o Igor Felício, que participa do projeto com a track “Vozes da Prisão”
(que você confere clicando aqui). O produtor buscava vozes femininas para
enriquecer a obra, Felício fez a ponte e nasceu um dos sons mais necessários
desse ano de 2021, e Letícia se recorda: “Mandei alguns sons autorais meus, pra
pegar uma confiança e ele curtiu. Veio conversar comigo, explicou sobre o
projeto e se eu tinha interesse. Eu de primeira achei muito legal por ser algo
bem diferente do que faço. Aí fomos construindo juntos o som e saiu esse
trabalho. Me deu muito orgulho de participar!”.
“Despertar” tem letra impactante,
é o que chamamos de "oreiada", um tema preciso e que convida à
reflexão e é um instrumento de conscientização dos nossos, peguntei para Luppi
sobre a inspiração para essa composição, a artista revelou que "Difícil eu
dizer exatamente como veio a inspiração. Na real, quando eu escutei o beat pela
primeira vez, me veio algo muito forte de que precisava ser uma letra
consciente. A energia do som quase que pediu isso de mim. Aí conforme eu fui
começando a escrever, foram vindo algumas ideias. De início seria só sobre
apontar injustiças sociais, mas estou a um tempo também tentando arrumar formas
de dar força pros nossos. Não só apontar o caos mas ajudar de alguma forma a
achar saídas pra não se deixar corromper ou sucumbir a tudo o que acontece a
nossa volta”.
Sem demagogia, foi massa ver
Letícia Luppi nesse som, a voz, a energia e a interpretação com a alma do slam
e do rap, a melodia da MPB em cima de um instrumental sórdido, tudo bem dosado,
porém uma pequena amostra da artista, e aí fica a pergunta no ar, quando
veremos essa mina em ação novamente? E esse não é um questionamento ao léu, sem
resposta, Luppi dá a letra: “Tenho alguns trabalhos que soltarei em breve, mas
mais que isso, penso muito em explorar novos ritmos, vamos ver!”
Finalizando, Letícia Luppi faz
suas considerações finais sobre como o projeto contribuiu para seu
amadurecimento artístico: “Esse trabalho abriu minha mente de formas que não
consigo nem descrever. Eu tô acostumada a fazer música com voz e violão. Depois
de eu ter que sair da caixa, da minha bolha, pra fazer essa letra, me instigou
muito a explorar mais o meu potencial como artista”. Aguardamos ansiosos pelos
novos projetos da cantora e agradecemos demais por essa visão, enquanto Luppi
também faz seus agradecimentos: “Agradeço mais uma vez ao Siloque [ak.a. Bas-Fond]
e toda a equipe que fecha com ele, pela oportunidade. Agradeço ao Igor Felício
por ter botado uma fé e agradeço ao Mister Becyk por ter me ajudado na gravação
das vozes e mais do que isso, por ter me direcionado pra encontrar as melodias
necessárias pra sair esse trampo tão bacana!”.
E para encontrar essa artista
gigante nas redes, trocar uma ideia ou apenas acompanhar seu corre, só procurar
por Letícia Luppi: “Estou no Instagram como @Luppiup, YouTube, Facebook e
Twitter. Vai ser um prazer imenso ter trocas de ideias com quem se identificar
com meu trabalho”.
Confira "Despertar", música de Bas-Fond & Letícia Luppi:
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