Por exemplo, o Racionais MC’s
estreou em 1989 no disco Consciência Black (vol. 1) com duas músicas: “Pânico
na Zona Sul”, assinada de fato como Racionais, e “Tempos Difíceis”, assinada
como Edi Rock e KL Jay, pois a coletânea permitia apenas uma única faixa por
artista. Também estavam no disco Sharylaine e o rapper Gregory, esse com apenas
08 anos de idade.
o RZO teve sua primeira música
lançada na coletânea Rapper’s & Irmãos, de 1992, um disco produzido pela GP
Records. A Rapaziada da Zona Oeste estreou com a música “Pobre no Brasil Só
Leva Chute”, e junto deles estão no álbum Sharylaine, Frank Frank e o grupo
Visão Urbana.
O Facção Central também teve sua
primeira música lançada em uma coletânea, eles participaram do disco Movimento
Rap, de 1993, do selo Rhythm and Blues, com a música “Cor”, usando sample da
música “Rhymin & Stealin” do Beastie Boys, lançada em 1986 no álbum Licensed
to III (Def Jam).
Em 1992 foi lançado a coletânea
Vozes de Rua, pela Kaskata’s Records, e aqui temos o primeiro registro do
Doctor MC’s com a faixa “Garota Sem Vergonha” que contou com participação dos
grupos Unidade 1 e Território Negro. O grupo da Zona Oeste também participou da
música “Quem É O Culpado”, do grupo Blacks In The Hood.
No mesmo ano de 1992 é lançado o
volume 2 da compilação Vozes de Rua, o Doctor MC’s retorna com a música “Desabafo”
e o grupo campineiro Sistema Negro faz sua estreia com a música “Mundo
Irracional”, também há a primeira aparição do grupo Rap Sensation com “A Vida”.
Já a primeira aparição de MV Bill
foi com o grupo que ele fazia parte, o Geração Futuro, ao lado de Michel M.V e do
DJ T.R com a música “Racismo Eficaz”. Bill participa de outra faixa ao lado do
rapper Gabriel, O Pensador, a dupla canta junto em “Filhos do Brasil” com os
demais rappers que participaram da coletânea Tiro Inicial, como Alexandre Buiu
do grupo Negros Acima de Tudo (N.A.T.), Big Richards do grupo Consciência
Urbana, Caê-MC e Gas-Pa do grupo Filhos do Gueto, Edd Wheeller do grupo Damas
do Rap. Tiro Inicial, de 1993, foi lançada pelo selo Radical Records, e todos
que participaram faziam parte da Posse ATCON (Atitude Consciente).
Em 1993, O Pensador lança seu primeiro álbum, com título homônimo.
Leia mais sobre Tiro Inicial em: https://www.bocadaforte.com.br/multimidia/o-som-e-filhos-do-brasil-a-primeira-cypher-do-rap-carioca
O MRN (Movimento e Ritmo Negro),
lendário grupo do Nill, que já teve passagens de DJ Cia e Tio Fresh, teve sua
estreia em 1992 na coletânea Consciência Black vol. II, com a música “Noite
Passada”. Quem também surge nesse disco é o DMN com a faixa “Isso Não Se Faz”.
No ano seguinte o MRN volta na coletânea Algo a Dizer volume 1, com as músicas “Vivendo
Livremente” e “Dance e Dança”, em álbum que ainda teve Lady Rap e Athaliba Man
com a continuação de um clássico do Região Abissal, em “Sistemão II”.
O DJ Armando Martins, da equipe
de baile Circuit Power, no início dos anos 90 tinha um programa denominado
Projeto Rap Brasil, na rádio Metropolitana, em São Paulo. O atrativo gerou
algumas coletâneas homônimas, e no volume 2 do Projeto Rap Brasil, em 1993,
surge o Consciência Humana com “Navio Negreiro” e “Cidade Sem Lei”.
O selo Rhythm and Blues lança no de
1993 a coletânea Movimento Hip Hop, o álbum marca a estreia de dois importantes
grupos da cena. O Filosofia de Rua surge com as canções “A Cor Da Pele Não
Influi Em Nada” e “Jurados de Morte” e o RPW com as canções “Sobrevivência” e “Discriminadas”.
Genival Oliveira Gonçalves, o GOG, surge em 1991 na coletânea Rap Ataca da Kaskata’s Records, o rapper do DF participa na faixa “A Vida”, do DJ Leandronick. Fechando a lista temos as coletâneas de 1988, no disco O Som das Ruas, temos a estreia de Ndee Naldinho sob o nome de Ndee Rap, que apareceu em duas faixas “Melô da Lagartixa” e “Rap de Arromba”, outra aparição nesse disco é de Lino Krizz e seu irmão DJ Cri, na época sob o nome de Os Metralhas e com a música “Rap da Abolição”. Já no Hip Hop Cultura de Rua, da gravadora Eldorado, temos a estreia de Thaide & DJ Hum com duas canções, a clássica “Corpo Fechado” e a polêmica “Homens da Lei”, talvez o primeiro rap a criticar a polícia, e que trouxe consequências para a dupla, como perseguições e prisões, mas isso aí é tema para outro texto.
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