Banner do seu site

Entrevista com Habitantes - Representando o Hip Hop do Chile

Jeff Ferreira
By -
0

Submundo do Som trocou uma ideia com o grupo Habitantes, diretamente de Santiago, no Chile. A entrevista está em português e mais abaixo em espanhol! Nesse bate papo o grupo falou sobre sua carreira, seus álbuns, os protestos no Chile e a cena do chilena do Hip Hop.

Submundo do Som – Em primeiro lugar muito obrigado por bater esse papo com o Submundo do Som, e começamos pedindo que por favor se apresentem, quem é o grupo Habitantes? 

Habitantes - A banda Habitantes é formada hoje por quatro integrantes: Matishy (Mc), Rob Nwanda (Mc), Gabo Orate de la Música (guitarrista) e OES (beatboxer). E nesse ano de 2020 estamos sendo assessorados e representados pelo advogado, agitador cultural e social, Jorge Felipe Albornoz Barrientos

Submundo do Som - Por que o nome "Habitantes"? Como nasceu a ideia para batizar o grupo com esse nome? 

Habitantes – O objetivo do nome Habitantes é simbolizar o bairro, no Chile os bairros são chamados de “la población”, ou simplesmente “la pobla”. Somos habitantes porque habitamos os bairros, porque recuperamos espaços de interação entre vizinhos num tecido social, e através de nossas letras e a participação em festivais, conservatórios, conselhos e eventos beneficiantes, retroalimentamos o que dizemos em nossa música. Habitantes é família. Família da área, da quebrada. 

Submundo do Som – E quais são as influências do grupo? O Que inspira vocês a compor? 

Habitantes - Cevlade, Mexicano 777, Chyste MC, Nach. Grafy, Pink Floyd, Jorge González, Ska-P, Lauryn Hill y Vico C. 

Submundo do Som – No ano 2017, o grupo Habitantes lançou o álbum From da Hood, com 16 faixas e várias participações. Este é o único disco do grupo? O que ele dignifica na carreira de vocês? 

Habitantes – Alguns meses antes de lançarmos o álbum From da Hood, lançamos um EP denominado DEMOstrando, e atualmente estamos trabalhando no nosso terceiro projeto, intitulado De la Tierra. A respeito do que representa o FDH (From da Hood), é nosso primeiro projeto formal, primeiro disco cheio, e lançamos com dois anos de existência do grupo, e veio num estilo mais clássico, com boombap e essência do hardcore. Nesse álbum abordamos aobre nossas vivências, da quebrada para a quebrada, e por isso leva esse nome. Hoje estamos terminando o disco De la Tierra, e já temos algumas músicas gravadas, como “Al Amar” e “Old School”, essa última será o single de trabalho e estamos finalizando o vídeo clipe. 

Submundo do Som - O grupo traz em suas produções um aspecto mais orgânico, com instrumentos tocados, como guitarra e violão. Como é fazer um som nessa pegada?

Habitantes - Antes de trabalhar com instrumentos, trabalhamos com bases e faixas que sempre soavam igual, sem variação de BPM ou algo assim. Desde que começamos a fazer música empregando instrumentos, como uma guitarra harmônica e o beatbox, implicou de imediato na necessidade de fazermos ensaios, para o entrosamento dos integrantes, até nos entendermos somente com o olhar e identificarmos se vamos mais rápidos ou mais devagar em uma música. Fazer música como banda é uma responsabilidade grande, a banda transmite uma energia enorme nos ensaios e isso é passado para as faixas. 

álbum From da Hood, no Youtube

Submundo do Som - Como vocês vêm a cena de hoje com o trap, grimme e outras tendências no rap? 

Habitantes - Atualmente a cena tem muito potencial. Há artistas excelentes que vão buscando uma oportunidade de mostrar seu trampo, mas também tem muita gente boa para ser descoberta no underground, uma galera de grande talento que são desconhecidos porque não apareceu ainda uma oportunidade da hora que outros tiveram. E em respeito às tendências, nós fazemos o rap fusão, misturando sons latinos, de vanguarda e sempre tentando mostrar algo original. 

Submundo do Som – E como vêm a cena do Hip Hop no Chile? Como são os programas de radio e TV para o rap? Há espaço? Há revistas e jornais dedicados ao movimento? Quais os principais sites chilenos sobre Hip Hop? 

Habitantes – A cena do Chile tem um potencial incrível, os artistas chilenos ligados ao Hip Hop, desde os graffiteiros, beatmakers, DJs, b.boys, grupos, lojas de roupas e MC’s, são todos muito bons. Na TV vemos que não há espaço para a cultura, atualmente não existem programas ligados ao Hip Hop, tendo o movimento como foco principal, as vezes uma ou outra pequena apresentação em alguma rara ocasião. No rádio existem muitas estações emergindo que trazem diversas participações de artistas do rap, em entrevistas ou outros quadros. Por muito tempo houve o programa Somos Uno, no rádio e nas revistas, com a temática do Hip Hop, mas desde que o DJ Neto partiu, se fechou um ciclo. 

Hoje os meios digitais, como La Celda de Bob, são fundamentais para difundir a cultura Hip Hop em suas diversas formas. Falando do grafitti, temos exponentes de nível mundial, como Inti, enquanto instituições como La Brasil (no bairro que leva o nome do nosso país), que faz intervenção em comunidades recuperando espaços, realizando projetos de forma metódica e sistemática, levando sua obra de inclusão para setores tradicionalmente excluídos da cultura, como a Gran Logia de Chile. A nova escola, por sua vez, conta com exponentes que vem desenvolvendo e promovendo um estilo próprio, como CSK, Eldorianpinta, Agotok e Oncps. O break dance sempre foi o elemento mais forte do Hip Hop no Chile, inclusive, segundo muitos, foi o primeiro elemento a chegar aqui no país. Como referência nesta área temos Bototo Speed Neto (QEPD), quem sempre representou em todas as ramificações do Hip Hop chileno, foi conhecido principalmente como B.Boy, representou e promoveu o elemento. A B.Girl Lady Liv, e Las Dillas, representam a nova escola, destacando cada vez mais a presença da mulher no Hip Hop. 

Talvez na ramificação do rap, que o Chile mais se destacou e trouxe um maior público. De Kiruza levantou uma das primeiras vozes de massa da história da canção chilena contra a ditadura militar, com o disco De Kiruza, e em especifico a música “Algo está Pasando”. Tiro de Gracia, cativou a parte importante da cena nacional, se apresentando em eventos de música geral, e não somente no Hip Hop. Aerolíneas Makiza, único álbum do grupo Makiza, fez nascer uma nova geração no Hip Hop, com um impacto que foi herdado por Anita Tijoux, que por sua vez, compartilha criações musicais com estrelas de relevância mundial, e Seo 2, sendo um importante produtor de eventos de Hip Hop da atualidade. 

A cultura do DJ no Chile, conta com importantes representantes em sua estrutura original com o DJ Seeall, DJ Colimeus, DJ Atenea, DJ Neto, DJ Ades, Dj Efe, etc. No âmbito dos beatmakers, se destacam Enfa Beat, Macrodee, Utópico, Big Sample, Deep 3p, Delaion e mais um monte de manos. No beatbox, Mr. Androide, tetracampeão latino americano e Tomazacre, vice-campeão mundial, são nomes que representaram o país em competições. Crea Beatbox, tem trabalhado com grandes exponentes do rap nacional e internacional, e recentemente participou no Festival Internacional de la Canción de Viña del Mar, massificando o conhecimento da arte do beatbox de forma imensurável. OES, membro do grupo Habitantes, vem se destacando principalmente pela sua participação fazendo bases em diversos eventos de batalhas de freestyle, como o DEM Battles, Leyendas del Free e o BDM Planeta Rock. Sua maior inovação tem sido no laçamento de álbuns, La Base, onde fez instrumentais com beatbox para todas as faixas do álbum, além de ser uma terapia e um modo de se sustentar, mesclando seu beat com instrumentos musicais, como saxofone, flauta traversa, ocarina, harmônica, guitarra eléctrica, metalófono, etc., além de colaborações com outros beatmakers. Na sua segunda produção, Undercover, representou a velha guarda do Hip Hop através do sample e do beatbox, realizando diversos covers de filmes, desenhos animados, jogos de vídeo game, ska, e a produção de outros beatmakers. Os sites que recomendamos são:



Foto Divulgação - Retirada da Fanpage Habitantes

Submundo do Som - Recentemente, Chile foi notícia em todo o mundo devido aos protestos contra a perda de direitos sociais. Como o Hip Hop chileno se mobilizou nesse episódio? 

Habitantes - O Hip Hop chileno tem um rol fundamental no processo de revolução social, sendo parte importante como um estalo sonoro. Há alguns anos, no Chile o Hip Hop tem representado um discurso de contracultura que luta contra repressão das classes sociais menos privilegiadas. O disco do rapper Portavoz, Rap con R de Revolución, intensificou o rap consciente e político contestatário. Praticamente todos os slogans do movimento social de hoje, se encontram de alguma maneira contidas em cada uma das letras de Portavoz. O que mais se nota, em nossa concepção, a influência do mundo Hip Hop na revolução social, é na gestão de eventos sociais para recuperar espaços e reconstituir o tecido social destruído pela ditadura e falta de educação cívica real no Chile. Atualmente, uma importante porcentagem de representantes do Hip Hop, se encontram lutando nas periferias, educando a quebrada sobre o processo constituinte e a necessidade atual da participação cívica, e incluso lutando na primeira linha, expondo sua integridade para impedir que a polícia impeça abertamente o direito do povo de se manifestar. 

Submundo do Som – E como vêm o crescimento da extrema direita no mundo, especialmente na nossa América Latina? E qual é o papel da música na luta contra o fascismo? 

Habitantes - Sobre a extrema direita, em geral a cultura Hip Hop chilena compartilha a necessidade de maior consciência a respeito da precária qualidade de vida que milhões de pessoas levam no dia a dia, principalmente no Chile, e avançavam os processos totalitários e violentos contra as classes excluídas. Lamentavelmente, acreditamos válido sustentar que, no geral, o povo chileno, está muito alheio e inconsciente sobre o real perigo que vive hoje a América Latina. 

Submundo do Som – Que nomes do rap chileno podem indicar para os manos brasileiros?

Habitantes – Existem muitos artistas com potencial a nível nacional: Anita Tijoux, Bascur, Bisho, Borderline, Calambre, Cevlade, Chyste MC, De Kiruza, Deep 3p, Deviolencia, Flor de rap, Grafy, Gran Rah, Guerrillerokulto, Hojal de Ajaw, Kroys, La Brígida Orquesta, Lecheromon, Ley 20 mil, Luanko, Makiza, Malcriaoh D’ Souza, Marmotas en el Bar, Mic Aberración, Portavoz, Resonancia, Tiro de Gracia, Zita Zoe. 

Submundo do Som – Vocês conhecem algo sobre o rap ou a música brasileira? 

Habitantes – Referente a música brasileira conhecemos: Airto Moreira, Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina, Maria Rita, Natiruts, Smoke the City (banda inglesa que canta en portugués), Taina Cristina. 

Submundo do Som - Uma pergunta para “los chilenos asiáticos”, vocês preferem bong, seda ou pipe? 

Habitantes - Fumamos de todos os jeitos existente e ainda por existir mano. Aqui no Chile gostamos muito da ganja. 

Submundo do Som – O Que Habitantes prepara de novo para esse ano de 2020? 

Habitantes - Em 2020 pretendemos lançar no álbum De La Tierra, alguns videoclipes de singles, e participar de eventos expressivos durante o segundo semestre. 

                                   Foto Divulgação - Retirada da Fanpage Habitantes

Submundo do Som – Para aqueles que acompanharam nosso bate papo, que mensagem vocês deixam? 

OES: Quero agradecer pelo enorme legado cultural e musical que os brasileiros vêm deixando nas raízes latino americanas e pela resistência ao manter e representar a cultura afro-americana no continente. 

Gabo: A música é a voz da alma e é a mudança virá de sua mão. 

Matishy: Obrigado pela oportunidade, pelo respeito, seguimos na luta, buscamos a mudança, a responsabilidade de ser um representante da rua, da quebrada, é gigante, tem que assumir como um correspondente. 

Erik: Irmãos, o panorama na América Latina está difícil, a mudança chegou e está com a gente... nos povos que são oprimidos durante séculos, só a união dos povos latinos nos dará um futuro próspero, abraços de união e fraternidade. 

El Profe: Irmãos, força e esperança em nossos corações. Desde tempos imemoriais o povo é maltratado por diversos totalitarismos, e progressivamente chegam as ferramentas. Se não conseguiram nos calarem antes, não vão conseguir nunca. 

Submundo do Som - Para aqueles que querem acompanhar mais de perto o trabalho do grupo Habitantes, quais são os canais de comunicação? 

Habitantes: Gmail: oficialhabitantes@gmail.com

Responderam essa entrevista: Erik Faúndez (Rob Nwanda), Gabriel Leiva (Gabo), Jorge Felipe Albornoz Barrientos (El profe), Matías Aedo Moya (Matishy), Omar Pino Atenas (Oes). 

Abajo, entrevista con Habitantes en Español



Submundo do Som - En primer lugar, muchas gracias por hablar con nosotros de Submundo do Som, y empiezo a pedirte que te presentes: ¿quién es el grupo Habitantes? 

Habitantes - La banda Habitantes está compuesta actualmente por 4 integrantes Matishy (Mc), Rob Nwanda (Mc), Gabo Orate de la Música (guitarrista) y OES (beatboxer). Durante el año 2020, están siendo asesorados y representados por el abogado, gestor cultural y social, Jorge Felipe Albornoz Barrientos

Submundo do Som - Hermanos, ¿Por que ese nombre "Habitantes"?¿Dónde salió la inspiración para el título del grupo? 

Habitantes - El propósito de Habitantes es destacar el simbolismo del barrio, que en Chile se conoce como “la población”, o simplemente “la pobla”. Somos habitantes porque habitamos, porque recuperamos los espacios de interacción vecinal y tejido social, mediante nuestras letras y nuestra participación permanente en festivales, conversatorios, cabildos y eventos a beneficio, generando una retroalimentación permanente que se materializa en nuestra música. Habitantes es familia. Familia del barrio. 

Submundo do Som - Y cuales son las influencias del grupo? ¿Qué te inspira al componer?

Habitantes - Cevlade, Mexicano 777, Chyste MC, Nach. Grafy, Pink Floyd, Jorge González, Ska-P, Lauryn Hill y Vico C. 

Submundo do Som - En 2017, el grupo Habitantes lanzó el álbum From da Hood, con 16 pistas y varias participaciones. ¿Es este el único miembro del grupo? ¿Qué representa para tu carrera? 

Habitantes - Un par de meses antes de From da Hood lanzamos un EP denominado DEMOstrando, y actualmente estamos trabajando nuestro 3er proyecto titulado De La Tierra. Respecto a qué representa FDH (From da Hood), es nuestro primer proyecto relativamente formal con 2 años de trabajo, con un estilo más ligado al boombap clásico y una esencia más hardcore. En ese disco plasmamos nuestras vivencias desde el barrio para el barrio, por ello el nombre. Actualmente estamos trabajando en el disco De la Tierra, del cuál tenemos grabados los temas “Al Amar”, y “Old School”. Éste último, será el sencillo promocional, y actualmente nos encontramos en proceso de edición del videoclip.

Disco From da Hood en Spotify

Submundo do Som - El grupo trae en sus producciones un aspecto más orgánico, con instrumentos reales, como la guitarra eléctrica y la guitarra acústica, ¿cómo es hacer un sonido en esta ola? 

Habitantes - Antes de trabajar con instrumentos, trabajamos con instrumentales, con pistas, que siempre iban a sonar igual y nunca iba a variar la velocidad o algo. Desde que empezamos a hacer música empleando instrumentos, como la armónica, las guitarras y el beatbox, implicó de inmediato una una necesidad adicional de ensayo, para que existiera feeling entre los integrantes, hasta llegar a entendernos con solo mirarnos, e identificar si vamos muy rápido o muy lento respecto al tempo de un tema. Hacer música como banda es un contraste enorme respecto a una pista, sobre todo lo que la banda transmite, y la euforia que genera en el escenario. 

Submundo do Som - ¿Cómo ves la escena de hoy con trap, grimme y otras tendencias en el rap? 

Habitantes - Actualmente la escena tiene mucho potencial. Hay artistas muy buenos que se han buscado una oportunidad mediante trabajo y constancia, pero también hay un importante número de artistas ocultos en el under, con talento innato, que siguen desconocidos porque no han coincidido con la oportunidad y accesos que otros tuvieron. Respecto a las tendencias, nosotros hacemos rap fusión, mezclando sonidos latinos, ajenos a la vanguardia e intentando siempre mostrar un estilo auténtico. 

Submundo do Som - ¿Y cómo ves la escena del Hip Hop en Chile? ¿Cómo son los programas de radio y televisión para el rap? ¿Hay espacio? ¿Hay revistas y periódicos para informar sobre el movimiento? ¿Cuáles son los principales web sitios chilenos sobre el tema? 

Habitantes - La escena nacional tiene un potencial increíble, los artistas de Chile ligados al Hip Hop, desde los graffiteros, beatmakers, DJs, b.boys, agrupaciones, tiendas de ropa urbana y mcs, son todos buenísimos. En la televisión consideramos que no es posible apreciar mucho la cultura, actualmente no hay programas ligados a ello como foco principal, quizás solo pequeñas muestras en ocasiones. En la radio, hay muchas radios emergentes que han hecho partícipes a diversos artistas urbanos en sus entrevistas y otros, hace un par de temporadas Somos Uno, en radio y revistas, era protagonista en esto, pero desde que partió Dj Neto, se cerró un ciclo. 

Actualmente medios digitales como La Celda de Bob, cumplen un rol fundamental en cuanto a difusión de la cultura Hip Hop en sus diversas formas. En términos de grafitti, contamos con exponentes a nivel mundial, como Inti, mientras instituciones como La Brasil, intervienen comunidades completas recuperando espacios, elaborando proyectos de manera metódica y sistemática, llevando su obra incluso a sectores tradicionalmente excluídos de la cultura, como la Gran Logia de Chile. La nueva escuela, por su parte, cuenta con exponentes que han desarrollado y promovido estilos propios, como CSK, Eldorianpinta, Agotok y Oncps. Por su parte, el break dance ha sido siempre de los elementos Hip Hop más fuertes en Chile, incluso siendo según muchos, la primera rama del Hip Hop a ejecutarse en Chile. Especial referencia en esta área, merece Bototo Speed Neto (QEPD), quien si bien representó en todas las ramas, fue principalmente conocido como B.Boy representante y promotor de la disciplina. B.Girl Lady Liv, y Las Dillas, representan a la nueva escuela, destacando cada vez más el rol de la mujer hiphopper. 

Talvez sea en la rama del rap, que Chile ha estado más cerca de las grandes plataformas y audiencias. De Kiruza levantó una de las primeras voces masivas de la canción chilena en contra de la dictadura, con el disco De Kiruza, y en específico el sencillo “Algo está pasando”. Tiro de Gracia, por su parte, cautivó a parte importante de la escena nacional, representando en eventos de música en general, y no solo Hip Hop. Aerolíneas Makiza, único disco del grupo Makiza, vio nacer a una nueva generación Hip Hop, con un impacto que se ha heredado por Anita Tijoux, por una parte, compartiendo creación musical con estrellas de relevancia mundial, y Seo 2, siendo un importante productor de eventos Hip Hop hasta hoy. 

El DJ chileno, cuenta con importantes representantes, tanto en su estructura original DJ Seeall, Dj Colimeus, Dj Atenea, Dj Neto, Dj Ades, Dj Efe, etc. En el ámbito del Beatmaker, destacan Enfa Beat, Macrodee, Utópico, Big Sample, Deep 3p, Delaion, y un largo etc. En beatbox, Mr. Androide, tetracampeón latinaomericano y Tomazacre, vice campéon mundial, han representado en el ámbito competitivo. Crea Beatbox, ha trabajado con grandes exponentes del rap en el ámbito nacional e internacional, y recientemente participó en el Festival Internacional de la Canción de Viña del Mar, masificando el conocimiento de la disciplina de manera inconmensurable. OES, miembro del grupo Habitantes, se ha destacado principalmente por su participación en la musicalización de masivos eventos de batallas de rap freestyle, como DEM Battles, Leyendas del Free, BDM Planeta Rock. Su mayor innovación, ha sido la publicación de dos discos, La Base, donde intentó retratar la base como el beat box para la canción, además de refugio y sostén de su vida, mezclando su beat con diversos instrumentos musicales, como saxofón, flauta traversa, ocarina, harmónica, guitarra eléctrica, metalófono, etc., además de colaboraciones con otros beatmaker. En su segunda producción, Undercover, representando a la vieja escuela mediante el sampleo y el beatbox, realizando diversos covers de películas, series animadas, juegos de video, ska, y la producción de otros beatmakers. Los sitios web que recomendariamos son:



Foto Divulgación - Retirada de la Fanpage Habitantes

Submundo do Som - Recientemente, Chile ha sido noticia en todo el mundo debido a las protestas contra la pérdida de los derechos sociales. ¿Cómo se movilizó el hip hop chileno en este episodio? 

Habitantes - El Hip Hop chileno ha tenido un rol fundamental en el proceso de revolución social, siendo parte importante de la banda sonora del estallido. Desde hace años, en Chile el Hip Hop ha representado un discurso contra cultural que lucha en contra de la represión de las clases sociales menos privilegiadas. El disco de Portavoz, Rap con R de Revolución, masificó el rap consciente y político contestatario. Prácticamente de la totalidad de las consignas del movimiento social de hoy, se encuentran de alguna manera contenidas en cada uno de los temas de Portavoz. Donde más se nota, a nuestro juicio, la influencia del mundo Hip Hop en la revolución social, es en la auto gestión de eventos sociales para recuperar espacios y reconstituir el tejido social destruido por la dictadura y la falta de educación cívica real en Chile. Actualmente, un importante porcentaje de representantes Hip Hop, se encuentra luchando en la pobla, educando a la población sobre el proceso constituyente y la necesidad actual de participación cívica, e incluso luchando en la primera línea, exponiendo su integridad para impedir que la policía vulnere abiertamente el derecho a manifestarse del pueblo. 

Submundo do Som - ¿Y cómo ven el crecimiento de la extrema derecha en el mundo, especialmente en nuestra Latino america? ¿Y cuál es el papel de la música en la lucha contra el fascismo? 

Habitantes - Sobre la extrema derecha, en general la cultura Hip Hop chilena comparte la necesidad de mayor conciencia respecto de la precaria calidad de vida con que llevan a cabo su día a día los millones de personas del pueblo chileno, y el riesgo que significa avanzar hacia procesos totalitarios y violentos en contra de las clases excluídas. Lamentablemente, creemos válido sostener que la generalidad del publo chileno, está muy ajena e inconsciente sobre el real peligro que vive hoy Latinoamerica. 

Submundo do Som - ¿Qué nombres de rap chileno pueden indicar para los hermanos de Brasil? 

Habitantes - Hay muchos artistas con potencial a nivel nacional: Anita Tijoux, Bascur, Bisho, Borderline, Calambre, Cevlade, Chyste MC, De Kiruza, Deep 3p, Deviolencia, Flor de rap, Grafy, Gran Rah, Guerrillerokulto, Hojal de Ajaw, Kroys, La Brígida Orquesta, Lecheromon, Ley 20 mil, Luanko, Makiza, Malcriaoh D’ Souza, Marmotas en el Bar, Mic Aberración, Portavoz, Resonancia, Tiro de Gracia, Zita Zoe. 

Submundo do Som - ¿Ustedes sabes algo sobre el rap o de la música brasileño?

Habitantes - Referentes de la música brasileña reconocidos por miembros del grupo: Airto Moreira, Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina, Maria Rita, Natiruts, Smoke the City (banda inglesa que canta en portugués), Taina Cristina. 

Submundo do Som - Una pregunta para los chilenos asiáticos, ¿prefieren bong, cigarrillos o el pipe? 

Habitantes - Fumamos de todas las formas habidas y por haber hermano. En Chile nos gusta mucho la ganya. 

Submundo do Som - ¿Qué hay de nuevo en Habitantes? ¿Qué pretendes lograr en 2020?

Habitantes - El 2020 pretendemos tener publicado el disco De La Tierra, algunos videoclips de los sencillos, y tocar en al menos un evento masivo mensualmente, durante el segundo semestre. 


                                   Foto Divulgación - Retirada de la Fanpage Habitantes

Submundo do Som - ¿Qué mensaje dejas para los hermanos que acompañaron este chat?

OES: Agradecer el enorme legado cultural y musical que ha dejado el pueblo de Brasil en la raíz latinoamericana y la valentía que han tenido al mantener y representar la cultura afroamericana en el continente. 

Gabo: La musica es la voz del alma y el cambio vendra de su mano. 

Matishy: Gracias por la oportunidad, por el respeto, sigamos luchando, queda mucho que cambiar todavía, la responsabilidad de ser un representante de la calle, del barrio, es gigante, hay que asumirla como corresponde. 

Erik: Hermanos, el panorama en latinoamerica está difícil, el cambio llegó y está en la gente...en los pueblos que han sido oprimidos durante siglos, solo la unión de los latinos nos dará un porvenir próspero, abrazos de unión y fraternidad. 

El Profe: Hermanos, fuerza y esperanza en nuestros corazones. Desde tiempos inmemoriales el pueblo se ha visto abusado por diversos totalitarismos, y progresivamente se llena de herramientas. Si no lograron callarnos antes, ya no lograrán hacerlo nunca más.

Submundo do Som - Para aquellos que quieren seguir más de cerca el trabajo del grupo Habitantes, ¿cuáles son los canales de comunicación? 

Habitantes - Gmail: oficialhabitantes@gmail.com

Responden este cuestionario: -Erik Faúndez (Rob Nwanda). -Gabriel Leiva (Gabo). -Jorge Felipe Albornoz Barrientos (El profe). -Matías Aedo Moya (Matishy). -Omar Pino Atenas (Oes).
Tags:

Postar um comentário

0Comentários

Postar um comentário (0)