Foto montagem retirada do página de humor Perigo Encomendas
Há quem prefira o rapper paulista e há quem opte pelo mineiro, essa preferência quase sempre está ligada a faixa etária dos ouvintes. Eduardo Taddeo está na ativa desde 1989, integrou o Facção Central, um dos maiores grupos do país que arrastou uma legião de fãs nos anos 90 e 2000, e em carreira solo mantém um grande público fiel. Já o Djonga, nome de Gustavo Pereira Marques, é um dos representantes da nova geração e responsável por um dos shows mais vibrantes da cena atual. Além de fazer rap, e serem muito bons no que fazem, Eduardo e Djonga têm outro ponto em comum, na sexta feira 13 de março, ambos lançaram novos álbuns, o rapper de Belo Horizonte lançou Histórias de Minha Area, seu quarto disco, e o ex-Facção o álbum O Necrotério dos Vivos, seu nono disco de carreira e o segundo solo.
Enquanto o público que cresceu ouvindo a era de ouro do rap, quando o gênero era quase que proibido, e pouco se identifica com modernidade de timbres, beats e forma de transmitir a mensagem, Eduardo Taddeo se torna um oásis em meio a um deserto para os fãs faccionários. Do mesmo modo, aqueles que passaram a acompanhar mais de perto o rap no inicio dos anos de 2010, pouco têm paciência com os lançamentos da velha guarda, o que pode até soar como uma falta de consideração, no entanto eles têm uma cena nova em folha para fortalecer e admirar, e assim o fazem e exaltam o trabalho de Djonga.
Enquanto o público que cresceu ouvindo a era de ouro do rap, quando o gênero era quase que proibido, e pouco se identifica com modernidade de timbres, beats e forma de transmitir a mensagem, Eduardo Taddeo se torna um oásis em meio a um deserto para os fãs faccionários. Do mesmo modo, aqueles que passaram a acompanhar mais de perto o rap no inicio dos anos de 2010, pouco têm paciência com os lançamentos da velha guarda, o que pode até soar como uma falta de consideração, no entanto eles têm uma cena nova em folha para fortalecer e admirar, e assim o fazem e exaltam o trabalho de Djonga.
Capa dos álbuns O Necrotério dos Vivos e Histórias da Minha Area
Ambos artistas apresentam uma visão critica do meio ambiente em que estão inseridos e independente do estilo que você prefira, dois fatos são inegáveis, primeiro que tanto Djonga como Eduardo arrastam fãs fieis a suas obras, público que aguarda ansioso pelos lançamentos e que são engajados, principalmente nos meios digitais. Segundo, ambos movimentam a cena do rap brasileiro como poucos, são verdadeiras vitaminas para o fortalecimento do Hip Hop, vitaminas D e E contra o sistema.
A vitamina D, por definição, é uma suplementação que auxilia como antidepressivo e é rica em cálcio, contra fadiga e cansaço. E assim é o som do Djonga, incansável e sempre elevando a autoestima de pretxs pelo Brasil a fora. A tarja preta do Submundo recomenda o uso supletivo a vitamina E, que por sua vez tem forte ação antioxidante, combatendo os radicais livres, esses que por definição são instáveis e reativos, ou podemos compreender como reacionários, reagindo aos progressistas, e buscam a manutenção de um status quo desgraçado para as ruínas que se encontram esse país, e é contra esse sistema que as letras de Eduardo Taddeo são indicadas. As vitaminas D e E, de Djonga e Eduardo, são fortificantes para uma luta política, de classe e racial, em um país cada vez mais fascista como o Brasil, são energia no Hip Hop nacional, e como público temos a grande satisfação de contemplar dois grandes artistas que coexistem no mesmo espaço e tempo.
Foto ilustração: Djonga e duardo Taddeo
Um ponto comum entre O Necrotério dos Vivos e Histórias da Minha Área é que, além de ambos os artistas aparecerem "mortos" nas artes da capa, os dois rappers contextualizam o descaso Brasil afora, apesar do título da obra de Djonga propor algo mais intimista, as histórias contatas são retratos do país inteiro. Assim como Eduardo, outrora conhecido sob a alcunha de narrador do inferno, traz uma obra conceitual que aborda como o brasileiro padrão não vive, e nem mais sobrevive nesse inferno, e sim age como um morto-vivo, submetido as mazelas impostas diariamente pelo capitalismo e todos seus tentáculos.
Outro ponto em comum entre as duas obras é a produção assinada por dois grandes nomes do nosso Hip Hop. Taddeo rima em beats assinados pelo Luiz Só Monstro, DJ e produtor do grupo Consciência Humana, e as bases do Djonga foram produzidas pelo companheiro de longa data, o beatmaker Coyote. A diferença mais evidente entre os rappers está na forma de transmitirem sua mensagem, Djonga usa de metáforas e lirismo para falar com seu público, já Eduardo é direto e cruel, transmite a foto assim como a enxerga, sem necessidade de filtros. Obviamente diversas outras divergências existem entre os trabalhos de ambos, mas aqui buscamos a semelhança entre dois estereótipos do nosso rap, podemos citar a família, Eduardo é pai da Duda e da Gabriela e Gustavo tem como filhos o Jorge e a Iolanda, e têm a preocupação de lutar por Brasil melhor, assim como família, mesmo que indiretamente, refletem nas composições de ambos os álbuns.
Outro ponto em comum entre as duas obras é a produção assinada por dois grandes nomes do nosso Hip Hop. Taddeo rima em beats assinados pelo Luiz Só Monstro, DJ e produtor do grupo Consciência Humana, e as bases do Djonga foram produzidas pelo companheiro de longa data, o beatmaker Coyote. A diferença mais evidente entre os rappers está na forma de transmitirem sua mensagem, Djonga usa de metáforas e lirismo para falar com seu público, já Eduardo é direto e cruel, transmite a foto assim como a enxerga, sem necessidade de filtros. Obviamente diversas outras divergências existem entre os trabalhos de ambos, mas aqui buscamos a semelhança entre dois estereótipos do nosso rap, podemos citar a família, Eduardo é pai da Duda e da Gabriela e Gustavo tem como filhos o Jorge e a Iolanda, e têm a preocupação de lutar por Brasil melhor, assim como família, mesmo que indiretamente, refletem nas composições de ambos os álbuns.
A ostentação também está presente na poesia de ambos, Eduardo fala de rap ostentação, na ascensão através do estudo sem romantizar a pobreza, Djonga tem um discurso de negros e favelados no topo e de gozar do luxo.Em "Não Sei Rezar", o rapper mineiro dedica linhas aos amigos que se foram, o MC paulista também homenageia a partida em "Mês de Maio", em uma letra que faz chorar, ao falar da perda materna. O assunto machismo também está nos dois discos, Djonga traz a MC Cristal em "Deus Dará" faixa que quebra o tema estruturado e recorrente nas composições do artista, inclusive se reconhecendo como machista na música anterior, em "Procuro Alguém". Taddeo em "ABC do Feminilidade" narra um relacionamento abusivo e o drama das mulheres que têm agressores como companheiros.
Portanto, O Necrotério dos Vivos e Histórias da Minha Area fazem a mesma fotografia do Brasil atual e estrutural, além do racismo, desgoverno, violência policial e desigualdade, as duas obras trazem um alento de esperança para seus fãs, os convocando para a resistência e luta em dois capítulos de um mesmo manual de guerrilha contemporânea.
CD1 do álbum O Necrotério dos Vivos de Eduardo Taddeo no YouTube
álbum Histórias da Minha Area do Djonga
fANTASSSSSTICOOO TEXTO MANO.... FODA FODA FODA........
ResponderExcluirEduardo taddeo merecia mais reconhecimento do cenário do rap nacional
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