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Desbravando Discografia - Facção Central

Jeff Ferreira
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O Facção Central é um dos grupos mais emblemáticos e importantes do Hip Hop brasileiro, ao longo de sua discografia assumiram uma identidade unica que logo passou a ser escola aos novos grupos, com riqueza de detalhes na narrativa e trazendo uma crônica sangrenta e que por muitas vezes causava choque, sendo uma linha lirica no rap que dialoga exclusivamente com a periferia, que abraçou o grupo e segue fiel a sua obra e carreira.

O primeiro registro fonográfico do FC aconteceu em 1993 na coletânea Movimento Rap Vol. 2, organizada pelo selo Rhythm And Blues, junto dos grupos Conflito Negro, Rap Boys, Quadro de Vida, Redação Rap, Master Moving, D. + Do Rap e Dobow T. Nesse projeto, o Facção lança a canção "Cor":

Música "Cor", do Facção Central, que integra a coletânea Movimento Rap Volume II.


Capa do álbum Juventude de Atitude

Em 1995 é lançado o primeiro álbum do Facção Central, intitulado Juventude de Atitude, pelo selo Five Special, e trouxe o primeiro sucesso do grupo, a música "Artista ou Não", que trazia a reflexão de como os manos do rap são vistos no meio artístico: ignorados e mau tratados. O álbum tem oito faixas, todas com produção assinada pelo DJ Garga, que também é responsável pelos scratches, as músicas expressam a voz dos guetos brasileiros, denunciando descaso e protestando para que melhores dias venham, e fazendo jus ao titulo do disco. 
Capa do álbum Estamos de Luto

No ano de 1998 o grupo lança o álbum Estamos de Luto, o segundo trabalho de estúdio e com produção assinada por Eduardo e Dum Dum. Aqui houve a primeira mudança na formação do Facção, tivemos a entrada do Erick 12, que substituiu o DJ Garga. O disco tem dez faixas, sendo uma "intro" é uma "outro", o álbum trouxe sons emblemáticos como "Um Lugar de Decomposição" e "História de um Traficante", mas a grande obra é o som "Brincando de Marionetes", com trechos constantemente sampleados por artistas nos anos 90 e 00.
Capa do álbum Versos Sangrentos

No ano seguinte é lançado o lendário Versos Sangrentos, produzido por Fábio Macari e co-produzido por Erick 12, além de produção executiva de Vanderlei Cardoso, o álbum foi lançado pelo selo Five Special e gravado pela 1daSul Fonográfica. A música "Isso Aqui é uma Guerra" foi o grande hit do disco, que teve seu videoclipe censurado no ano 2000, pelo juiz Maurício Lemos Porto Alves, do Departamento Técnico de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária, onde pediu a apreensão na emissora MTV da fita original do videoclipe proibindo sua exibição, acusando o filme de "incitar a prática de roubo a residências, veículos, agências bancárias e caixas eletrônicos, além de sequestros, porte ilegal de armas, libertação de presos mediante violência, latrocínio e homicídio, indicando sucesso nas operações criminosas".

Eduardo, no entanto, disse que houve um erro de interpretação da Justiça, "a intenção da música é mostrar o criminoso dando um toque para a sociedade e mostrar que ela pode ajudar".
Capa da coletânea Família Facção

Em 1999 também é lançada a coletânea Família Facção que reunia canções dos integrantes do Facção Central e do grupo A286, com produção de Fábio Macari.

Capa do álbum A Marcha Fúnebre Prossegue

No ano de 2001 o grupo lança seu quarto álbum A Marcha Fúnebre Prossegue, que juntamento com seu antecessor, Versos Sangrentos, colocou o Facção Central numa posição de destaque do rap nacional, com mensagens diretas, crônica crua, sem abstratismo, o que fez com que as favelas abraçassem o grupo, pois sua comunicação se dava de forma direta e clara, noticiando os acontecimentos que muitos ouvintes vivenciavam.

Com dezesseis faixas o álbum trouxe "Apologia ao Crime", "Sei Que os Porcos Querem Meu Caixão", e a música titulo "A Marcha Fúnebre Prossegue", e o grande hit "Desculpa Mãe", uma das maiores canções do Facção e que integrou a coletânea Espaço Rap 6. O álbum também traz participações de Moysés, que mais tarde viria a ser um dos vocalistas do grupo. O disco teve produção por Fábio Macari e co-produção por Eric 12, e na introdução trouxe colagens de textos jornalísticos da TV brasileira falando sobre a censura que o grupo viveu.

Capa do álbum Direto do Campo de Extermínio

Em 2003, pelo selo Face da Morte Produções, o Facção Central lança o disco duplo Direto do Campo de Extermínio, com 29 faixas ao todo e vários sucessos como "O Menino do Morro", "Eu Não Pedi Pra Nascer" e "Estrada da Dor - 666", e o grupo volta a participar das coletâneas do programa Espaço Rap, em 2003, no volume 8 com "Eu Não Pedi Pra Nascer", e em 2004, no volume 9, com "Estrada da Dor - 666". Esse foi um dos trabalhos mais bem aceitos do FC, e um dos discos mais vendidos e pirateados do rap nacional.

Capa do álbum O Espetáculo do Circo dos Horrores

Em 2006 o grupo repete a receita e lança novamente um álbum duplo, O Espetáculo do Circo dos Horrores, pelo recém criado selo Facção Central Produções Fonográficas. Com catorze faixas no disco 1 e doze no disco 2, a obra é um dos disco preferidos dos fãs, mesmo sem emplacar grandes hits, tendo como sucesso a música "Castelo Triste", sendo muito executada na programação do Espaço Rap, da Rádio Estrela FM. Esse álbum foi o último com o rapper Eduardo Taddeo, que opta por deixar o Facção em 2013.

Nesse ano é anunciada a entrada de Moysés no grupo, que permaneceu por um breve período, até 2014, quando anunciou o seu desligamento por divergências ideológicas com Dum Dum.
Capa do álbum A Voz do Periférico

A partir daí o grupo precisa se reorganizar e fica um tempo sem lançar um novo álbum, voltando a ativa em 2015 com a seguinte formação: Dum Dum, DJ Pulga, Badu e Smoke e lançam o seu sétimo álbum A Voz do Periférico, com produção do DJ Pantera e veio recheado de participações especiais, com O álbum possui 18 faixas e reúne participações de Crônica Mendes, WGI, Conflito Crucial, Anderson, Branco P9, JS e Anália Patricia.

Em 2018 o Facção cola no programa Estúdio Livre e a apresentação resulta num disco ao vivo, o segundo do grupo, já que o primeiro foi em 2005 com 17 faixas reunindo os clássicos do grupo até o álbum Direto do Campo de Extermínio, e saiu pela gravadora Sky Blue Music.

Confira a playlist This is Facção Central, do Spotify:

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