Pernambuco sem dúvidas é o terreiro
musical mais fértil do Brasil, terra de Chico Science, Sheik Tosado, Mundo
Livre e Diomedes Chinaski, isso só para citar alguns nomes. E seguindo a
tradição tem o som do rapper Schnneider, de Águas Cumpridas, em Olinda, com
carreira desde 2012, ganhou evidência no ano seguinte através das rodas de
freestyle e com o trampo “Ela é minha
Dama”
As influências do rapper vão desde Cordel
do Fogo Encantado a Tyler The Creator, passando por Cancão, Luiz Julião, Janis
Joplin e Boogarins. E reunindo toda essa bagagem, que passa pelo projeto “Cordel
Marginal”, Schnneider chega em 2018 com o brilhante EP Degradê, em que pode musicar o peso das ideias, a poesia marginal
afiada, e a beleza dos arranjos, compostos pelo próprio artista.
Nesse trampo a direção artística ficou
a encargo de Lázaro Júnior, o Carpe, e os betas por um time de produtores:
HTTP, Kerda L.A, Dash, Sativo. Outro nome que pesou foi o de Arthur Mirada que trouxe as guitarras
para o EP e fez um trabalho sensacional, principalmente na faixa título, “Degradê”, com participação de Wannder, e em “Horcrux” com feat de Gustto,
e Schnneider fala sobre a experiência:
“Mandamos
bem no palco [a guitarra orgânica] e essa química também funcionou no estúdio,
enriquecendo o trabalho musicalmente e fortalecendo o conceito que eu queria
trazer para o disco”.
Degradê foi gravado, mixado e
masterizado na Outra Vibe Records, além
das participações citadas, o álbum contou com a colaboração do rapper
catarinense Makalister e da rapper BEX, um dos expoentes do rap potiguar,
na faixa “Paradoxo”, em que abordam a dualidade do eu, em melodia convidativa e
apaixonante.
Outra faixa que merece destaque é o
instrumental “Interlúdio - Junipero”,
no meio do álbum, com sample gostoso e atmosfera que te faz estar presente na
ocasião, sendo uma das vozes de fundo. Essa faixa marca a virada para os temas
mais pesados do álbum, no quesito beat, que trazem os elementos do trap e flow
carregado, como na já citada “Horcrux”,
com kick contundente e em “Convexo”,
que é recitada numa poesia de arrepiar.
Antes de fechar o disco tem a faixa “Luzes Negras” num beat de trapjazz, e
por fim o som “Humano”, encerrando
em grande estilo, com uma música mais pra cima e com ótimas referências a cena
local, inclusive a ícone Chico Science.
O rapper comenta sobre o resultado
final do projeto:
“Gostei
muito desse álbum, porque se parece comigo: meio rústico, sentimental,
intuitivo e acima de tudo verdadeiro. Levou um tempo para eu decidir como
queria me expressar, mas rapidamente tudo fluiu de forma muito natural, muito
forte”
Schnneider apresenta um trabalho de composições bonitas e arranjos idens, toda a
produção meticulosa dos beats ajudam a transmitir a atmosfera em torno das
emoções vivenciadas, desde a intimidade, o ego, a dualidade, a autoestima num
verdadeiro Degradê de sentimentos.
Abaixo você confere o álbum no Spotfy:
E no YouTube:
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