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50 Indicações de Discos Lançados em 2018

Jeff Ferreira
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No ano de 2018 as produções da música nacional seguiram a todo vapor, a exemplo do que foi no ano de 2017. Do rap ao rock, passando pelo reggae, samba e MPB, com muito experimentalismo e coragem de arriscar esse ano trouxe grandes álbuns para a nossa galeria musical.

Final do ano é o momento dos portais especializados em música divulgarem suas listas de melhores do ano. Aqui no Submundo do Som vamos apresentar nossa lista também, porém sem a pretensão de ranquear, classificar álbuns em posições, nada disso, vamos apresentar uma lista de 50 indicações, 50 discos lançados em 2018 que recomendamos, de grandes e consagrados artistas ao underground, do popular ao peculiar, sem mais delongas confere aí:

Essa lista cai mais para o underground, lembramo-nos dos discos esquecidos, enquanto os relacionamos ao lado de obras de grande notificação das mídias. Não é a lista dos melhores do ano, até por que não ouvimos todos os lançamentos de 2018, mas é a lista que faz um amante de música, principalmente underground, se sentir feliz!

O ano de 2018 começo com uma ótima surpresa, logo no primeiro dia o grupo Synestesia nos presenteava com o EP V.I.D.A., acrônimo para Viagem Instável, Doce e Amarga, os manos de Jaguariúna colocaram na rua um tampo fino e com a alma do underground, projeto gravado e mixado no MilGrauTape Studio, o QG de Anauê, Beiço e Leozera. (Clique aqui para ver o review do disco).Inquérito e pesado é pleonasmo, já me disse o Renan, mas esse álbum Tungstênio veio com várias toneladas, as faixas inicias com guitarra e baixo orgânico dão uma cara rock n’roll, que em seguida assume um lado melódico, principalmente pelos feats como de Zeca Baleiro, Tulipa Ruiz e Mato Seco. (Clique aqui para ver a resenha do álbum).


Barba Negra & Sala 70 também lançaram um trampo original, desde a estética, nome e conteúdo, o álbum Opera Pirata (O Mistério de um Loop Velho) é um prato jeito pra em curte a simplicidade do rap, mas não abre mão da qualidade sonora. O Gangrena Gasosa sete anos depois está novamente na pista com o disco Gente Ruim Só Manda Lembrança Pra Quem Não Presta, o primeiro com o vocalista Eder Santana, e segue na pegada do saravá metal, estilo criado pela banda.

Anelis Assumpção veio com o disco Taurina, mistura de samba, MPB e R&B, musicando sentimentos e empoderando o feminino num paralelo entre a sexualidade e fragilidade. Karol Conka apresenta seu segundo álbum, o disco Ambulante, e se firma cada vez mais como um dos principais grandes nomes do hip hop brasileiro, sua veia pop e letras sobre o cotidiano são apresentadas num caldeirão de influências que transborda no disco.

Esse foi um ano de destaque para Marcelo D2, o rapper reforçou seu protagonismo na luta contra o fascista e estreou dois filmes, o “Legalize Já – A Amizade Nunca Morre” que contou sua história e de seu amigo Skunk no começo do Planet Hemp. E o filme “Amar é Para os Fortes” que roteirizou a parada e deu origem ao álbum homônimo, trilha sonora do filme, com destaque para “Febre do Rato” e “Resistência Cultural”. Outro que teve um grande ano foi o rapper Siloque, primeiro com o aclamado Guia Prático de Como Fazer Inimigos, lançado aqui pelo Submundo do Som, na sequência o vídeo clipe da música “No Passinho do Imbecil” sucesso de audiência, e antes que ano acabasse, juntou um time de beatmakers e colocou na rua o “Guia Prático de Como Fazer Remixes”, um álbum remixado e desconstruído do seu terceiro disco com novas roupagens para suas músicas.(Clique aqui para ver a resenha do disco)


Do Rio Grande do Sul teve os Versos Pontiagudos de Di MC Kranio Loko com letras engajadas e rimas acidas, como sugere o titulo (clique aqui para ler o review). A banda Vigarioz Crod Alien, de Limeira, interior paulista, lançou o trabalho Carta ao Velho Pássaro, que mescla o experimentalismo, principalmente com beats e o rock alternativo. A , ou o , artista de rua e rapper lançou um dos discos mais pesados, originais e pé no peito, o álbum Universo em Crise que narra sua vivência nas ruas de um pais racista e homofobico (clique aqui para ler o review). De Indaiatuba Anderson Xavier trás à tona os Segredos de Estado, em seu álbum de estreia em carreira solo.


Elza Soares veio provocativa logo no titulo de Deus é Mulher, dando continuidade a um novo universo de sua carreira a cantora carioca, de 81 anos, aborda politica, religiosidade, violência, e os nuances do feminino, variando entre a MPB e o samba, o disco tem uma boa dose de rock e se destacam as faixas “Hienas na TV” e “Exu Nas Escolas”. A banda do interior paulista, Laranja Oliva, apresentou um dos melhores discos do ano, com um projeto de sustentabilidade o álbum Carta a Terra aborda a importância de vivermos em concordância com o meio ambiente.


Brisa Flow trouxe um trabalho moderno para o rap com o álbum Selvagem como o Vento, com menos peso de bumbo e caixa e se aproximando mais na nova MPB, porém sem ser bunda mole num belo disco com melodias incríveis. Negra Li também soltou a voz em 2018, com o disco Raízes, certeiros nas participações o álbum vai para o pop, porém com a maloqueiragem dos tempos de RZO e como o titulo sugere, a cantora aborda sua ancestralidade e militância no movimento negro.


A banda Cólera retomou aos lançamentos em estúdio, depois de 12 anos, com o álbum Acorde! Acorde! Acorde!, o primeiro sem o Redson, falecido em 2011, e trabalho do grupo não foi fácil, acabaram as músicas deixadas pelo vocalista e repensaram arranjos, e se saíram bem, fizeram um grande disco, incluindo a “opera-punk” e versões demos do Redson. 38 Mil Manos também apresentou novo trampo em 2018, com o disco Genesis 4.12, numa viagem de volta aos anos 90, levando em consideração o papo contundente e de visão pra molecada. Outra viagem no tempo é o disco do Matéria Prima & Dário, que no próprio nome do disco, Bem Boombap, entregam o que vem a ser esse projeto, em evidente ascensão do trap, eles voltam com uma sonoridade semelhante a do bom do rap underground e lírico de meados dos anos 2000.


De Natal, no Rio Grande do Norte, o rapper Teagacê soltou não um, mas dois discos, ou EPs, chamem como preferirem. Black Album saiu primeiro, e mostra uma evolução na trajetória do rapper, tanto de escritas como técnica, e em #OkêArô, (clique aqui para ver a resenha) um disco conceitual e de agradecimento, essa evolução é ainda mais nítida, e sem exageros o MC é dos mais elevados poetas do rap BR, e breve vamos ouvir falar bastante dele (anote aí). Slim Rimografia foi outro mano que 2018 ficou pequeno para o tamanho de sua genialidade, também soltou na pista dois álbuns, o #SinGo e Mr Dinamite, enquanto que o primeiro trabalho cai para o trap e grime, com peso dos eletrônicos, no segundo assume o alterego que dá título ao disco e aposta no flow, passando pelo ragga, e pelos estilos costeiros dos EUA.


Após completar 01 ano no ar o Programa Consciência Brasileira, da Rádio Estrela FM (94.5), lançou uma coletânea juntamos nomes da música da cena 019, o álbum Programa Consciência Brasileira apresenta: Interior, Mas Não Inferior –vol 1, juntou o punk rock, hardcore, psicodelia, reggae, groove e rap com dezessete artistas: Mazzaropi Contra o Crime, Mr Dic, Siloque, Laranja Oliva, Cigana, Synestesia, De Buenas Crew, Freddy Groovers, Bang Loko Sound, Klandestinos, SOS, Gambiarre, Tessalonica, Vigarioz Crod Alien, La Família 019, Cidadão José, e os veteranos do Face da Morte. (Clique aqui para ver o review)



2018, como qualquer outro ano, teve os discos do hype, aqueles aguardados ansiosamente, e verdade seja dita, liderando essa expectativa o mundo do rap só fala em dois discos os grandes projetos de Djonga com O Menino Que Queria Ser Deus, e o infalível BK com Gigantes, ambos os discos sucedem obras aclamadas e passaram no “teste do segundo disco”. Outro que colocou na rua um segundo disco foi o baiano Baco Exu do Blues, com o Blvsman, numa obra conceitual que trata sobre a saúde mental. Um projeto que superou as expectativas foi o do ADL (Além da Loucura) com o álbum Da Favela Pro Mundo, trazendo a modernidade de timbres com elementos do trap e narrando a vida nas comunidades.


Os sergipanos da banda The Baggios apresentaram seu quarto disco Vulcão que mescla afrobeat com ritmos orientais e psicodelia com ritmos regionais de Sergipe, e ainda trouxe as participações de Céu e Russo Passapusso, do Baiana System. A banda gaúcha Ultramen retoma as atividade e lança o disco Tente Enchergar, que segue na mistura do rock e ragga, e tem um tom mais leve e humorado, falando sobre a vida, anseios e até atacando a indústria farmacêutica. Carne Doce mostra sua evolução no rock e no experimentalismo através do aclamado disco Tônus, que firma cada vez mais a banda como uma gigante do cenário musical, e destaque para o projeto gráfico da capa do álbum que ficou incrível.


17 anos de espera por parte dos fãs e o mestre KL Jay põe na rua a sequência do clássico de 2001, em sua nova obra prima, o Kl Jay Na Batida Vol II – No Quarto Sozinho, com a mesma vibe do vol III, o projeto mescla gerações de artistas bum único disco, com a destaque para a track “Tudo Por Você Também”, uma continuação da faixa que leva o mesmo nome no trabalho anterior, versada por Xis.


Paulinho Moska lançou o álbum Beleza e Medo que marca uma nova fase mais voltada ao pop rock, mas com a verve de protesto que sempre o acompanhou. Quebrada Groove Convida é um projeto do DJ e Produtor Jonathas Noh que reuniu artistas independentes em apresentações livre e ao vivo, nessa coletânea vol 1, participaram Kadesh, SJ, Gegê, Opanijé, Fino Du Rap, Tatu DuBem, Negrifero, Eliabe, Luiz Preto, Mis Ivy, Jah Dartanhan, Sistah Mari e Americano FiduHenrique trazendo groove para artistas do rap.


Algumas ótimas surpresas foram os álbuns da Drik Barbosa, o Espelho (clique aqui para ver a resenha), lançado pela Lab Fantasma e canções lindas, o álbum do rapper FBC, o aclamado SCA, e o disco Versos Oníricos do Ontem, paulada do rap nacional, do capixaba Rafael Warlock. Esses trabalhos citados como surpresa pelo fato de virem para agradar, mas quem já acompanhava esses nomes não se surpreendeu com a qualidade dos discos.


Rashid lançou vários singles, principalmente em 2017, numa estratégia de lançamento inovadora, quando o álbum Crise saiu, seus fãs já conheciam as músicas, é claro que teve novidades também, o álbum faz um panorama da vida, os altos e baixos, incertezas, confiança e conquistas. Os pernambucanos da banda Eddie, em atividade desde 1989, somam na lista com o disco Mundo Engano, o oitavo da discografia dos caras, e traz como temas o carnaval de rua, a poluição nos oceanos, a violência e perdas. Raphão Alaafin também apresentou um projeto excepcional, o álbum A Gosto, dez anos depois do seu primeiro disco, e veio pra mostrar toda sua evolução e experiência acumulada nessa caminhada.


O Poder Bélico da Favela colocou rua seu segundo trabalho o álbum Sinal de Paz, resgatando a era de ouro do rap nacional, mas sem parar no tempo, o álbum é rap de mensagem trás participações de grandes nomes numa verdadeira celebração do hip hop nacional. Lucas D’Ogum traz um disco inspirado no banzo, ou seja, no estado mental e espiritual melancólico, ode traduz a sua vivência em músicas que compõem o álbum Do Banzo ao Ogum.


Outra pedrada de natal é o som do Cargo Chefe, que vem imprimindo se nome no seio do rap potiguar, e com a mixtape Extremamente Calmo mostra a originalidade de composições e som. Os manos da banda Braza lançaram o EP Liquidificador, e que como o nome sugere, segue na pegada dos trabalhos anteriores, desde o termino do For Fun, onde os remanescentes se entregaram num projeto de mistura de reggae, rock, ska, groove, dub e rap.

Gigante no Mic lançou sua mixtape, projeto solo, com 25 sons, o álbum Eu e Minha Habitual Falta de Moderação, é um daqueles trabalhos que elevam o nível, com rimas fora da caixa e o abuso de técnica, Gigante apresenta um disco muito consciente. Arnaldo Antunes uniu o samba e o rock em seu novo disco RSTUVXZ, além de experimentar outros estilos como soul e reggae, esse projeto traz uma parceria com o igualmente ex-Titã Paulo Miklos, o álbum é bagunça musical, no bom sentido, e se encerra com música de ninar para organizar a casa.


Os goianos do Atentado Napalm somam com o EP Explosivo, um álbum mais enxuto que seus antecessores, porém tão marcante quanto, e trazendo pra dentro do disco grandes nomes do rap nacional e letras afiadas e contundentes. Os veteranos do Realidade Cruel lançaram o álbum A Voz Que Não Se Cala e seguem com o estilo gangsta mostrando que em 2018 os temas são os menos dos anos 90/2000, que os motivos para lutar e protestar ainda são os mesmos.


Mundo Livre S/A retomou com um trabalho de estúdio (e de inéditas!) depois do DVD Manguebit Ao Vivo, e já chegou com hits do underground como “A Maldição (Das Paginas Que Não Viram”, “Tóxico” e “Meu Nome Está No Topo Da Sagrada Planilha”. A criatividade no álbum A Dança dos Não Famosos vai além das letras e do título, a capa desse projeto traz o estudante Matheus Ferreira da Silva sendo agredido na cabeça por um cacete policial em uma critica social que extrapola os limites da música. E por falar nisso Diomedes Chinaski colocou na rua a mixtape Comunista Rico, com um interessante vídeo clipe para a música título, o álbum divide opiniões,  isso se deve a modernidade apostada pelo Aprendiz, mas que captura a fase atual do rap no Brasil.


Confira também a playlist que o Submundo do Som Preparou reunindo música desses 50 álbuns, se liga:






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