O grupo Orishas sem dúvidas é o mais representativo da cena do hip hop Cubano, apesar de ter nascido em 1999 em Paris, França. Antes disso o grupo atendia pela alcunha de Amenaza, formado pelos “raperos” Ruzzo Medina, Flaco Pro, Yotuel Romero e Roldan Gonzalez. O grupo é um dos pioneiros a fazer rap em Cuba, mas o que mais chama a atenção é a mescla de ritmos cubanos como a salsa e rumba e guaguanco com a caixa e bumbo característico do gênero urbano.
O hip hop em Cuba chegou nos anos 80, com o break, e nos anos 90 ganhou a voz do rap, e teve um começo difícil na ilha, pois era fiz como algo do inimigo, uma cultura estadunidense invadindo a ilha, e não tinha incentivo do governo, que junto com o rock era tido como um gênero marginalizado. Porém em 1999 o governo muda de ideia e declara o hip hop como algo autêntico na cultura cubana, inclusive com Fidel Castro dizendo que o rap é a vanguarda da revolução, e então é criada a Agência Cubana de Rap e os artistas do país passaram a contar com a gravadora do estado.
No entanto, para que o rap chegasse nesse patamar os Orishas tiveram grande participação, já quem 1996, durante uma apresentação do Festival de Hip Hop daquele ano, quando atendiam sob o nome de "Amenaza" e levaram a precursão afro-cubana para o palco que se mesclou ao rap em um som novo, e que caiu no gosto popular.
Naquela época não havia estrutura para se fazer rap na ilha, os cubanas não entendiam a simplicidade da coisa, que tudo deveria ser no underground, onde menos e mais, e a riqueza musical cubana não ajudava a fazer uma música com a essência do hip hop. Desse modo os Orishas se mudam pra Europa para melhor gerenciar sua carreia, a saudade de Cuba fez com que o grupo carregasse o país em sua sonoridade, e em 1999 lançam o disco “A lo Cubano” com o estrondoso sucesso “Represent”, além de “Atrevido”, “Madre”, “Mística” e “537 Cuba”.
Em 2002 repetem a dose e lançam o disco “Emigrante”, nesse trabalho o grupo já não contava com Flaco Pro, que optou por deixar o grupo. Em 2005 é lançado o álbum “El Kilo”, que contava com um produção mais sofisticada e arranjos mais elaborados. Em 2007 o grupo lança uma coletânea "Antidiotico" de sucessos dos três discos anteriores, e incluiu três faixas inéditas: “Hay um Son”, “Silêncio” e “Uma Pagina Doblada”.
Em 2008 o último trabalho da banda, “Cosita Buena”, esse com uma sonoridade mais pop e comercial, mas que também fez grande sucesso com o público, e no ano seguinte o grupo foi até Cuba para um show histórico em Havana, onde tocaram para mais de 1.100.000 pessoas no Festival Paz Sin Frontera.
Em 2010 a banda anunciou a separação, cada artista foi cuidar de sua carreira solo. E depois de sete anos separados, anunciam que a comida está na mesa, e trazem um prato Gourmet para os fãs!
Lançado em Maio de 2018, o sexto disco do grupo gira em torno da gastronomia de alta qualidade, mas de forma análoga para a música e veio recheado de participações especiais, como Chucho Valdez, Beatriz Luengo, Franco de Vita, Melendi, Silvestre Dangond, Madcon, Jacob Forever o Yomil e Dani, que ajudam a mesclar o hip hop com o saboroso tempero latino.
O álbum tem 14 faixas e é bem diversificado, tem muito rap e tem muita sonoridade latina, não só nos instrumentos que cadenciam as músicas mas em belíssimas melodias que ajudam a criar uma atmosfera Gourmet. Um trabalho mais bem produzido que mostra o amadurecimento do trio, que desde os tempos de Amenaza, têm mais de 20 anos de estrada e de musicalidade. O álbum também busco se reconectar com as origens, como na faixa que abre o trabalho, porém no decorrer do disco vemos um projeto mais pop e melódico, porém em várias faixas temos a grata surpresa do rap, em sua essência, e do hip hop cubano, com aquela mescla que nos fez apaixonas pelo grupo:
Abaixo o trabalho no Spotfy:
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