2017 foi um ano ímpar no rap brasileio, diversos lançamentos, quase que diários, e muitos álbuns muito bem produzidos saindo nas ruas. E para o “dinossauro” do hip hop não é diferente, Thaide lança o quentíssimo disco “Vamo Que Vamo, Que o Som Não Pode Parar” seu décimo terceiro álbum.
O trabalho tem 11 faixas e conta com participação de Pump Killa, Rodriguinho, Funk Buia, Ieda Hills, Tifu, Mael Maria, Ana P., Xis, Terra Preta, Rincon Sapiência, Marcelo D2, Ndee Naldinho, Don Cesão, Black Alien e RAPadura além de um.dos pioneiros do hip hop mundial, o rapper novaiorquino Kurtis Blow.
Vários DJs fizeram scrtachs no álbum como DJ Qap (SP Funk), DJ Seth, DJ King (do projeto Boogie Naipe) e Rapha Braga que também tocou guitarra em “Liga pra Mim”. O disco tem produção de Dj MaxNosBeatz, Blood, Felipe Mayfield, Léo Casa1, Leo Gríjo e Dj Hélio Branco e mixagem do Léo Casa1 e Masterização do Fernando El Rocha.
O álbum pretende resgatar as raízes de Thaide e abre com “Minha Escola”, onde em cima de um beat com guitarras ao estilo rock o rapper rima sobre sua carreira:
“Se não tô com o microfone na mão
Tô no estúdio fazendo meu som
Próxima cena, tô no cinema
Também atuo no televisão
Seriados, musicais, jornalismo, repórter
Eu tô no corre sempre e pra sempre sou hip-hop”
Tô no estúdio fazendo meu som
Próxima cena, tô no cinema
Também atuo no televisão
Seriados, musicais, jornalismo, repórter
Eu tô no corre sempre e pra sempre sou hip-hop”
A faixa dois é “Só1Tiro” com sample originais provindos do reggae,
a música segue um hip hop frenético, bem ao estilo anos 90, tanto em
letra quanto na base, narrando duas situações de vida a de um cara dedo
no gatilho e outro que atira pra todo lado pra tentar conseguir emprego,
e traz a participação de Pump Killa e scratchs de DJ Qap:
“Eu tô correndo enquanto eu consigo
Eles esperam meu estilo antigo
Eu já tô pronto com o dedo no gatilho
Vacilou, é aquilo, eu vou dar só um tiro
Se pá, já tô virando matador de vampiro
Ando nas ruas resolvendo conflitos
Eu quero ver você viver o que eu vivo
Pra entender o que eu digo”
Eles esperam meu estilo antigo
Eu já tô pronto com o dedo no gatilho
Vacilou, é aquilo, eu vou dar só um tiro
Se pá, já tô virando matador de vampiro
Ando nas ruas resolvendo conflitos
Eu quero ver você viver o que eu vivo
Pra entender o que eu digo”
A próxima música, “Acelera o Ritmo” é um daqueles "raps" autêntico, boa levada, tem sample, tem scratch (DJ Qap) e a letra de cunho social, mostrando indignação e protesto, mas sem perder o brilho bem humorado do Thaíde:
“De cara, salve a quebrada
Salve a correria todo dia, a cidade não para
Mas é cara os olhos da cara provocam feridas
Um preço muito alto, muitos pagam com a vida
Atual política, conjuntura crítica
A situação é rústica, foda é estatística
Por isso a gente luta, a luta pela vida
A vida é uma luta, nossa chance é única”
Salve a correria todo dia, a cidade não para
Mas é cara os olhos da cara provocam feridas
Um preço muito alto, muitos pagam com a vida
Atual política, conjuntura crítica
A situação é rústica, foda é estatística
Por isso a gente luta, a luta pela vida
A vida é uma luta, nossa chance é única”
Em “Hip Hop Puro” Thaide faz a homenagem a cultura e a Estação São Bento, ponto de encontro dos anos 80, de onde saíram muitos MC’s, DJ’s, Bboy’s e Grafiteiros, em um beat nostálgico que lembra as batidas que embalavam os passos de break da época, os scratchs são do DJ Seth:
“Quando eu me lembro. Dos tempos da São Bento.
Vamos dizer, no começo do movimento.
Quando nem se pensava em vídeo clipe,
a levada do Rap era bem mais simples.
Pra chegar ao metrô, eu pegava Buzo.
O trançado no pé como eu sempre uso.
Meus amigos de rua do meu lado,
viajava no som que saia do nosso Rádiobox,
pra quem entende do assunto.
A todo instante chamados de vagabundos.”
Em “Batam Palmas”, Thaíde e Kurtis Blow lembrando das origens do Hip Hop, enquanto que os clips dos beats batem palmas para a cultura, com scratchs de DJ King:
“Nascido no Bronx, criado no mundo inteiro
Na década de oitenta cheguei território brasileiro
Mudando conceitos, mudando vidas, veio pra transformar
Nua, crua, linguagem da rua, de qualquer lugar
França Dinamarca, Tailândia
Seja África, Cuba ou Panamá
Fab 5 Freddy me disse: “não se importe, brother
Porque falamos a linguagem do hip-hop, brother”
Na década de oitenta cheguei território brasileiro
Mudando conceitos, mudando vidas, veio pra transformar
Nua, crua, linguagem da rua, de qualquer lugar
França Dinamarca, Tailândia
Seja África, Cuba ou Panamá
Fab 5 Freddy me disse: “não se importe, brother
Porque falamos a linguagem do hip-hop, brother”

A faixa 06 é a “Liga Pra Mim” é song love, mostrando o quão completo é o disco e a carreira de Thaide, aqui temos a participação de Rodriguinho (Ex Travessos) e Rapha Braga tocando guitarra:
“Quero te ter novamente. Ser feliz novamente.
Quem sabe amanhã eu vou tentar novamente.
Se me ignorar de novo, eu insistir novamente.
Mas, não pense, que vou esperar pra sempre.”
Na sequência do disco segue com “Povo de Aruanda" com participação de Funk Buia e vem pra falar de espiritualidade, Thaide mostra sua devoção na religião do Candomblé:
“Eu respeito a doutrina da sua fé.
Respeite a minha conhecida, como Candomblé.
Vinda da África com vossa realeza,
Cultuando divindades da natureza.
Oxalá, Iansã, Iemanjá, Xangô, Oxossi,Ogum, Obatalá.
Quem nunca viu, vem ver, caldeirão sem fundo ferver.
Um povo com felicidade de Erê.”
Na música oito, “Vida”
Thaíde rima em uma mescla de batida R&B e anos 80 com base atual, a
letra fala de garra e de vencer na vida, com participação de Pump Killa, Ieda Hills, Mael e Tifuh:
“Vida, Deus te deu pra mim como missão.
E mesmo na escuridão, eu encontrei a luz que brilha.
Dentro do olho do furacão,
Ainda tive a visão, pra encontrar uma saída.”
A próxima é “Batida Diferente”,
que como o próprio nome diz traz uma sonoridade foram do comum de
Thaíde, por mais que o disco resgate as raízes do rapper o mesmo se
mostra conectado com a nova geração e traz batidas diferentes, porém
contemporâneas. Pra essa rima Thaíde traz sua mina Ana P.:
“1 Pelo dinheiro, 2 pelo show.
Mãos para cima, quem faltava chegou.
Viemos pra incendiar qualquer pista.
Ana P. Thaide, DjMax na batida.
São frases e versos que já estão bem manjados.
Em um som contagiante que ninguém fica parado.
Você ouve, e pede bis, pode crê DjmaxNosBeatz”
Na faixa dez Xis e Terra Preta se unem a Thaíde para “Curtir na Moral” os bailes numa sexta feira depois de uma semana carregada, os beats trazem influências do R&B:
“Olho no relógio, nove e meia e qualquer troço,
arrumado, elegante pois eu faço o que posso.
Faço minha correria 48, hora, dia.
Enfrento tempestade confiante na estia.
De segunda a feriado, tem vez que nem descanso.
Se a preguiça é fera, deixa vir que eu amanso.”

Fechando o disco vem a música “Stilo” que é recheada de participações, a primeira é de Rincon Sapiência, em seguida Marcelo D2, depois vem Ndee Naldinho, que passa a bola pra Don Cesão, depois Black Alien e fecha com RAPdura, e no refrão temos Ana P. Cada rapper descreve o seu estilo de se vestir ao passo que apresenta seu estilo de rimar:
“O meu estilo é pesado
Correntão, lupa louca, é
Se zoar o cabelo, eu, então, uso meu boné
E nem vou falar do boot louco que tá no meu pé
Na verdade, cada um se veste como pode e quer”
Correntão, lupa louca, é
Se zoar o cabelo, eu, então, uso meu boné
E nem vou falar do boot louco que tá no meu pé
Na verdade, cada um se veste como pode e quer”
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