#DesbravandoDiscografia
Hoje
vamos desbravar a discografia dos cariocas que mesclam o funk, soul,
samba, rap, jazz, ragga num som original e envolvente. BNegão e Os Seletores de Frequência
lançaram três álbuns em sua carreira juntos desde 2003. Lembrando que
essa não é a discografia do Bernardo Santos, o BNegão, mas sim do
conjunto BNegão e os Seletores de Frequência.
BNegão fez parte do lendário Planet Hemp, após o lançamento do álbum “Os Cães Ladram Mas A Caravana Não Pára” saiu da banda e formou o The Funk Fuckers,
e lançaram o álbum “Baião Classe A”, depois retornou para o Planet,
quando lançaram o “A Invasão do Sagaz Homem Fumaça”, após isso formou o
BNegão e Os Seletores de Frequência.
Enxugando Gelo

Em
2003 a banda formada por Pedro Selector no trompete e voz, Fabio
Kalunga no baixo, Robson Riva na bateria e BNegão no vocal e guitarra,
lançam o disco “Enxugando Gelo”, que foi muito bem aceito pelo público
do rap e fora dele também, o disco marca pelo Groove e vem a ser um
cartão de visita do grupo. Traz muito funk em faixas como “Nova Visão” e
“Funk até o Caroço”, traz hardcore em “Qual é o Seu Nome?”, mistura de
funk e rock em “A Verdadeira Dança do Patinho”, tem samba em “V.V.” e
rap raiz com participação do Sabotage, o Maestro do Canão, em “Dorobô”. O
disco fecha com o dub “Prioridades”. Sem dúvida um disco eclético,
porém dentro de um mesmo tempero, politizado e com letras reflexivas.
Sintoniza Lá

Depois
de uma cara sem um trampo novo, em 2012 o BNegão e Os Seletores
retornam com o álbum “Sintoniza Lá”, lançado pela gravadora Coqueiro
Verde, e se o primeiro disco tinha um Groove notável, esse segundo veio
mais carregado, como nas músicas “Chega Pra Somar No Groove” e “Bass do
Tambô”, um disco mais dançante como marca a faixa “Essa é Pra Tocar No
Baile”, o hardcore se mostra presente em “Subconsciente”, “O Mundo
(Panela de Pressão)” e “Alteração (ÊA!)” trazem a variação do funk,
enquanto que “Sintoniza Lá” traz elementos jamaicanos, como o dub. Uma
frase que resume a poesia do disco é: “mantenho o bom humor / mesmo
quando eu falo sério”, as letras são profundas, de complexidade,
reflexivas e de bom humor e as músicas, em sua maioria, dançantes e
repletas de energia.
TransmutAção

Em
2014, como resultado de um edital da Natura Musical, nasce o disco
“TransmutAção”, considerado o disco mais político do BNegão e Os
Seletores de Frequência. A música inicial “Agô” é um dub de baixo é uma
saudação em Iorubá, para abrir o disco. “Dias de Serpente” é a segunda
faixa é traz novamente os elementos jamaicanos, em um dub que lembra os
antigos Sound System com os toasters nos guetos de Kingston. O disco
tinha apenas duas músicas prontas, as demais foram compostas durante o
processo de gravação, e dessas temos “No Amanhecer” que é uma pegada
mais samba, mais gafieira, é a “Surfin Astakte” que mescla o surf rock
com o gênero etíope Malatu Astakte. O Hip Hop se encontra presente em
“Mundo Tela” faixa que fala sobre o vício atual em smartphones, outra
gafieira é o som “Fita Amarela” do Noel Rosa que foi regravado pela
banda. Mistura de funk com rap em “No Momento (%)”. O disco não é tão
grooveado como seu antecessor, mas é um disco de fortes letras e
experiências musicais, como a faixa “No Ar” que faz crossover com beats
futuristas com ciranda ou a faixa “Nós (Ponto de Mutação)”, que fecha o
disco, e trata-se de um dub que “chama para a despressurização da
mente”.

A
discografia de BNegão e Os Seletores de Frequência traz os mais
variados estilos musicais, porém trata-se de um trabalho que Chega Pra
Somar No Groove, música dancante, ao mesmo tempo que pensante, muitas
descobertas e que faz conversar o funk e soul dos anos 70 com rap do
cotidiano.
Postar um comentário
0Comentários